Review: "The Other Boleyn Girl" 6*/10


Quando saí da sala de cinema estava mais satisfeito do que quando o filme começou. Lembro de ter dito a um amigo meu que me mandou uma sms a perguntar que tal tinha sido o filme de lhe ter dito que tinha gostado, que era "um 7"...Depois de pensar novamente nele, há coisas que realmente não se podem perdoar e decidi baixar a minha nota.

Anne (belissima Natalie Portman) e Mary (Scarlett Johansson) são duas irmãs muito chegadas que vivem no campo com o irmão e os pais. Um dia, o tio aparece por casa com uma informação que ainda ninguém tem: o rei de Inglaterra (Eric Bana) está a beira do abismo já que a sua mulher não lhe consegue dar um filho e pode estar à procura de uma amante. Com esta informação preciosa, o tio e o pai das irmãs decidem convidar o rei a passar alguns dias na sua habitação, com a esperança de que Anne o consiga seduzir já que Mary era casada com um habitante local. Com a chegada do rei, Anne consegue os seus objectivos, levada pela ambição de um novo estatuto social. Infelizmente, o rei sofre um acidente por culpa de Anne e quem o trata é Mary, pela qual ele se apaixona. Com este desfecho, as duas irmãs vão entrar em colapso já que uma está cega de ambição e a outra, cega de amor.

Para começar, não sou grande fã de filmes de época. Aqui, o que me levou ao cinema, foi sem dúvida alguma o elenco de qualidade. Eric Bana é bom actor, não tenho dúvida disso, acho simplesmente que, como qualquer actor, por vezes faz escolhas erradas. Aqui, a sua interpretação de rei é de qualidade, mas sem nunca se destacar. Sejamos honestos, o argumento aposta pura e simplesmente nas duas actrizes principais. A Scarlett é uma escolha acertada pelo o seu físico, facilmente a identificamos com a época já que parece uma personagem tirada dos quadros renascentistas. Relativamente a sua interpretação, não creio que seja excepcional, mas consegue convencer no papel da irmã inocente e demasiada meiga. Agora, o trunfo: Natalie Portman. Digam o que disserem, a rapariga está espantosa e lindissima. Sempre fui um admirador da actriz que não consegue aparecer sem ser notada. A sua Anne é de certa forma diabólica, não olha a meios para chegar ao topo. A sua personagem é ambígua e instável e tudo isso é nos transmitido com uma facilidade desconcertante. Prestem atenção ao final porque tudo é ainda mais saboroso. Se o elenco é bom, o que falha então? Primeiro, o argumento. Baseado numa obra literária, o argumento tem dificuldades em desprender-se desse facto. As coisas parece durar uma eternidade e existem cenas que poderiam ser encurtadas ou completamente eliminadas sem nunca afectar a narrativa. E depois, a realização completamente ao lado. Se existem planos e cenas cuidadas (a cena de amor é bastante boa), muitas vezes o realizador passa de uma realização contida e clássica, para algo que mais se assemelha a série "24". Porquê usar câmera à mão no plano fixo? E porquê abusar das transições a negro ou laterais?Para terminar, a fotografia que é provavelmente uma das piores dos últimos anos. Creio que não existe um plano com a mesma luz. Reparei no inicio com aqueles tons castanhos saturados que passam facilmente para planos completamente deslavados e frios. Durante o filme, é uma constante.

O filme técnicamente é de mau gosto, mas a história e sobretudo os actores (enfim, a Natalie Portman) tornam o filme interessante e por vezes absorvente. Atenção aos alérgicos dos filmes de época.

Stay Tuned.

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