A Domadora de Baleias (7*/10)


Na Nova-Zelândia, a tradição Maori dita que cada geração terá o seu eleito (Paikea) que será capaz de liderar o povo para um futuro melhor. Koro, um veterano Maori acredita que o seu filho Porourangi está prestes a ser pai do novo eleito. Infelizmente, a sua mulher morre ao mesmo tempo que um dos gémeos (o rapaz) durante o parto. Koro torna-se então avô de uma menina a quem a mãe chamou de Paikea antes de falecer. Inicialmente relutante com isso, Koro acaba por afeiçoar-se a neta mas sem nunca esquecer o facto de ter provavelmente perdido o eleito. Irreverente e cheia de vida, a pequena Paikea vai lutar contra as tradições do seu povo e mostrar a Koro que as raparigas também podem ser grandes líderes, quando este decide procurar o eleito nos jovens rapazes primogénitos da ilha.



“A Domadora de Baleias” é um filme familiar antes de tudo. Passado na Nova-Zelândia (com paisagens magnificas) esta história de amor e rejeição, triunfo e perseverança é de uma simplicidade rara. A pequena Keisha Castle-Hughes é uma descoberta no papel de Paikea. Sem grandes artifícios, mantém a sua personagem tocante e sincera ao longo dos 98 minutos de filme. A sua relação com o avô é ambígua já que ela só quer que ele a trate como a menina que ela é e ele, somente pensa no neto que nunca teve. O filme centra a sua acção nessa relação mas existe também espaço para inserir a avó que, apesar de habituada aos costumes, sabe que a neta é especial e acredita no lugar da mulher no seio da comunidade. O pai é secundário, e somente aparece para mostrar que a tradição já não é o que era. O filme mantém-se interessante mas acaba por tornar-se demasiado pouco concentrado em certos aspectos. Esses pormenores, como o facto da relação de Koro com o pai de Paikea ser pouca explorada ou ainda a pouca clareza dos verdadeiros sentimentos de Koro para com a neta (umas vezes parece um avô babado outras, despreza-a) enfraquecem um pouco a história do filme.
Sem ser isso, o filme é um pequeno encanto, cheio de esperança e de imagens magníficas. Seria uma pena passar ao lado.


A Domadora de Baleias (Whale Rider) 2002
De: Niki Caro
Com: Keisha Castle-Hughes, Cliff Curtis, Rawiri Paratene
Estreia PT: 10 Outubro 2003
Custo de produção: 3,5 Milhões de Dollars

Die Hard 4.0 (7*/10)


John Mclane, o regresso. Após 12 anos de ausência (o 3º capitulo já é de 1995 (Die Hard: With a Vengence (1995, John McTiernan) ) Bruce Willis volta ao papel que o colocou no mapa das celebridades e fez dele um "action-hero" dos anos 80. Agora com perto de 50 anos (e com muito menos cabelo...), Bruce mostra-se ainda carismático apesar de um pouco menos brincalhão do que nas suas aventuras precedentes. Desta vez, o veterano Mclane é confrontado a uma ameaça digital visando aniquilar a economia dos Estados-Unidos. Tudo começa da forma mais simples para Mclane que, após maltratar o "pseudo-namorado" da filha quando este se aproveitava das suas curvas e ser de imediato colocado no seu devido lugar pela filha (ou seja, fora da vida dela, já que a jovem Lucy, agora com 23 anos, não quer ouvir falar do pai), recebe um telefonema onde lhe são dadas ordens para encontrar um jovem hacker e levá-lo até Washington D.C onde ele será interrogado acerca dos pequenos incidentes que tem afectado os sistemas de segurança do país. Como sempre, nada corre como previsto e o que se avizinhava como sendo uma missão de rotina, vai-se transformar numa missão para salvar o país...

A primeira boa ideia do filme é confrontar Mclane com um mundo demasiado evoluido e complexo para os seus métodos bárbaros. Para resover a situação, é lhe anexado um jovem magricela e medroso (interpretado pelo Justin Long que não falha os seus objectivos e sabe manter-se entretido sem nunca chatear o espectador) perito em informática que será, ao longo da aventura, o seu cérebro. A personagem de Willis deixa o seu lado mais infantil e sarcástico um pouco de lado, encontrando nos seus momentos com a personagem de Long a parte de comédia que caracterizava os filmes anteriores. O mau da história (Timothy Olyphant, futuro code 47 no filme "Hitman") não tem muito que fazer e não se destaca particularmente na história. Como vilão, a personagem de Maggie Q é mais interessante, pelo menos sempre se mostra mais presente e letal.Posto de lado essa parte, um filme como Die Hard tem de viver de cenas de destruição massiça que impressionem o espectador. Quem for assistir ao filme por essas razões não deverá sair da sala desiludido já que existem algumas cenas de grande qualidade, bem coreografadas e com efeitos especiais mais do que aceitáveis. Durante perto de 2h15, vamos assistir a uma perseguição num túnel (para mim, a melhor sequência de acção), a um "gun-fight" num apartamento, a destruição de uma autoestrada por míssil... de 15 em 15 minutos alguma coisa voa em chamas. Se algumas vezes o resultado não é o melhor, se calhar deve-se ao jovem realizador por detrás da câmara (Len Wiseman (Underworld, Underworld: Evolution)) que com somente 2 filmes feitos e uma cabeça cheia de ideias, se perde ao tentar mostrar demasiadas coisas em pról de uma melhor planificação de certas sequências (como a da última grande cena de acção, por exemplo). Pondo de parte esses pormenores, Len efectua um bom trabalho e não tem de ter vergonha alguma de ser comparado a filmes como M:I 3 ou ainda Bad Boys 2 já que reflectem a actualidade dos filmes de acção. O grande ponto negativo (na minha opinião) reside na fotografia do filme que, passado meia-hora, enerva profundamente. A imagem é fria, quase que debotada, revelando por vezes os efeitos especiais (nomeadamente os "croma-keys"). Relativamente à música, admito que não prestei muita atenção logo, creio que fez o seu trabalho. Marco Beltrami não é propriamente um novato nesta onda dos filmes de acção-tecnológicos sendo um nome habitual nas obras de Guilherme Del Toro, Alex Proyas ou Wes Craven e tendo feito filmes como "Resident Evil", "Underworld: Evolution" ou ainda "T3: Rise of the machines".

Para concluir, Die Hard 4.0 é um bom filme de acção que entretém e por vezes impressiona. John Mclane pode ficar feliz com o seu regresso e só nos resta esperar que adicionem um pouco mais do velho Mclane a esta versão do século 21.

Die Hard 4.0 (Live free or die hard) 2007
De: Len Wiseman
Com: Bruce Willis, Justin Long, Maggie Q, Timothy Olyphant, Kevin Smith
Estreia PT: 28 Junho 2007
Custo de produção: 110 Milhões de Dollars

De regresso...

Após mais de 6 meses sem escrever, sinto que devo regressar e com uma nova mentalidade. Agora, não me vou limitar a falar sobre determinados filmes, fazendo fichas (+/-) extensivas com trailers e o que mais houver. Sinto que devo falar do que vejo, quando o vejo mesmo que isso signifique falar de um filme com mais de 20 anos mas somente descoberto por mim há pouco tempo. Tenho continuado o meu trabalho no "crónicas da perche", embora com pouca contribuição mas sempre com muita atenção no que nele se publica. O nosso amigo Carl tem desenvolvido um trabalho interessante, dando a todos a oportunidade de ter acesso a noticiais sobre o mundo do cinema e em Português. O que começou por ser um mero blog de estudantes de cinema, depressa se desenvolveu no local onde quem gosta de cinema pode e deve falar. Já temos leitores assiduos por este Portugal fora assim como no Brasil e noutros locais do mundo onde se encontram emigrantes Portugueses

Agora com o "do you speak movies?" pretendo continuar o trabalho do crónicas mas de um ponto de vista mais pessoal. O objectivo é completar a informação do "crónicas..." e entrar em devaneios pessoais, fazer analises mais profundas...Em conclusão, falar do meu ponto de vista.

Espero que continuem ligados ao site e agradeço as vossas visitas.

Stay Tuned.