Review: "U2 3D" 7*/10


Os filmes em 3D (nova tecnologia real 3D com óculos polarizados) disponíveis nos cinemas Alvaláxia (da Lusomundo...ou quase) eram na sua grande maioria filmes de animação 3D que conseguiam um resultado satisfatório. Sempre pensei que passá-lo para "live action" não seria muito viável, sobretudo ao nivel da paleta de cores. Este concerto de hora e meia fez-me mudar de opinião...

Filmado na Argentina e fazendo parte do "Vertigo Tour", o concerto é uma espécie de Best of da banda. Não sendo um fã particular, foi fácil perceber que a banda decidiu manter-se na "radio playlist" já que reconheci tudo a excepção de dois temas. A banda transmite uma boa energia em palco, a realização está bem conseguida e o Bono não abusa dos movimentos demasiados "3D". Sim, porque o que interessa é a adição do 3D no que seria um concerto mediano. Ver com os óculos acrescenta um novo aspecto a interactividade. O público está mesmo a frente de nós e por vezes temos a sensação que Bono está a cantar para o público que está sentado na sala de cinema. Ao longo do concerto, êxitos como "One", "Pride" ou ainda "Vertigo" farão as delicias do público. Ao contrário do que estava a espera, não fiquei com dores de cabeça (coisa que me aconteceu no "Meet the Robinsons" e também um pouco em "Beowulf") e o resultado é deveras interessante. As cameras usadas são substancialmente parecidas com as que James Cameron está a usar no seu aguardado regresso chamado "Avatar", apesar de haver confirmações que a tecnologia estará ligeiramente mais adiantada com a estreia desse filme.

Se gostam de U2 e não têm por casa o dvd "Vertigo Live from Chicago", isto é uma ida obrigatória ao cinema. Os outros, não perdem nada já que as músicas escolhidas são perfeitas para o fã ocasional e que a 3D está realmente bem conseguida.

Stay Tuned.

Review: "Rec." 5*/10


Vencedor de melhor filme no Fantasporto 2008, "Rec" apresentava-se como sendo um novo marco no cinema de terror. Infelizmente, as coisas não são bem assim...

Barcelona. Uma equipa de jornalismo passa a noite com os bombeiros locais de forma a captar o seu quotidiano. Soa o alerta, todos se deslocam para o que parece ser simplesmente um caso de idoso abandonado a si próprio num apartamento. Uma vez no local, deparam-se com os inquilinos todos no hall de entrada. Arrombam a porta da idosa e descobrem-na coberta em sangue. Ela atira-se para um dos dois policias também presentes e acaba por mordê-lo. Após incapacitar a idosa, todos tentam sair do prédio de forma a socorrer o agente ferido. Infelizmente para eles, o prédio foi entretanto posto de quarentena pois acredita-se que ele está infectado com um vírus desconhecido...

Filmado camera à mão, "Rec" tenta envolver o espectador no horror vivido naquele prédio. Existem vários problemas para isso. Primeiro a jornalista que , apesar de ser muito gira, é irritante após os primeiros 15 minutos de filme. Segundo, algumas reacções mais "anormais" por parte dos afectados são completamente teatrais e mal executadas. Depois, a realização não aproveita o espaço restrito da melhor forma. Tudo bem que tem de dar a sensação que tudo é filmo "live", mas por vezes esse efeito desaparece quando tudo o que assusta parece demasiado controlado. Admito que não me assustei realmente, também porque estimo que não houvesse razões para tal. A grande surpresa vem no último quarto de hora de filme quando a nossa equipa de jornalistas faz uma descoberta macabra no apartamento abandonado. Só posso adiantar que nós, Portugueses, temos alguma culpa daquilo que se passa naquele prédio. Nessa parte, cheguei a ficar um pouco tenso e admito que não fiquei indiferente ao que eles lá encontraram. Isso tudo só faz com que lamente mais o facto do filme não ser assim todo "Creepy"

"Rec" é um bom filme para levar as almas mais sensiveis ao cinema. Se já viu muitos filmes de terror, não será com este que ficará convencido apesar de, a última parte, ser um excelente momento que de certeza ficará gravado alguns dias na vossa memória.

Stay tuned.

Review: "Sleuth" (Autópsia de um crime) 6*/10


As críticas não foram muito generosas que o último filme de Kenneth Branagh. Este remake de um filme de 1972 com o mesmo Michael Caine (que interpretava a personagem que Jude Law interpretada nesta nova versão) tem, apesar de tudo, certas qualidades.

Um dia, Milo Tindle (Jude Law), dirige-se a casa do excêntrico escritor Andrew Wyke (Michael Caine) para este conceder o divórcio à sua mulher, que agora tem um caso com Milo. Andrew não está muito convencido mas parece querer ceder à proposta caso Milo o ajude a cometer uma fraude contra o seguro da casa...

Creio que seja o máximo que se possa resumir do filme, já que existem algumas reviravoltas e que as aparências não são o que parecem. O filme passa-se quase exclusivamente na casa de Wyke, uma mansão "high-Tec" que dá uma ar futurista ao filme. O núcleo do filme não é o argumento mas sim, as duas personagens. Michael Caine é como sempre um gentleman. É dificil apontar algo a sua personagem que tanto pode ser snob, como amigável, fria e vingativa. Ele já não tem nada a provar a ninguém, é um "dinossauro" do cinema contemporâneo. A surpresa vem de Jude Law que convence numa interpretação recheada de pormenores interessantes, criando uma personagem psicologicamente instável e puramente excitante. Do confronto entre estes dois actores, nasce uma realização demasiado pouco "livre". Devido ao espaço restringido, a acção está quase constantemente em redor dos actores. Por vezes, há planos estranhos e longos que não têm qualquer significado aparente (o inicio do filme foca-se em demasia no sistema de segurança de Wyke, e acaba por tornar-se completamente desnecessário e inutilizado na trama principal). Com a realização pouco inventiva e sem real inspiração, o filme perde pontos e obriga-nos a saciar a nossa curiosidade simplesmente com as personagens e uma fotografia do melhor efeito.

"Sleuth" é uma boa opção par todos os que gostam de boas interpretações ao invés de bons efeitos. É um filme muito teatral que tira partido da sua curta duração e das sólidas personagens. Jude Law confirma ser um bom actor e Michael Caine está fiel a ele próprio ou seja, excelente.

Review: "The Bucket List" 5*/10


Eu sei que tinha prometido actualizar o blog com mais frequência... Infelizmente, como já mencionei noutro post, há certas coisas que ocupam muito o meu tempo e por vezes é dificil estar sempre "up-to-date". Brevemente, vou iniciar uma vida nova, com novos objectivos e outras actividades. É dificil para mim afastar-me um pouco daquilo que foi a minha (divertida) vida nos últimos 3 anos. Mas enfim, o ritmo é diferente e prometo que vou tentar dedicar um tempo ao blog todos os dias.


Carter Chambers (Morgan Freeman) é um mecânico dono de uma invulgar cultura mas infelizmente também tem cancro. Um dia, enquanto está no hospital a fazer um tratamento experimental, ganha como vizinho de cama um excêntrico homem rico e ainda por cima dono do hospital. Esse homem, Edward Cole (Jack Nicholson), não suporta estar doente e é visivelmente demasiado orgulhoso. Inicialmente, a relação entre os dois homens é dificil mas, a medida que Carter apoia Edward, ambos vão tornando-se amigos. Um dia, os resultados clínicos chegam e são ambos informados que estão em fase terminal, restando-lhes poucos meses para viver. Sobre uma ideia de Carter, ambos lançam-se para a aventura decidindo realizarem os seus sonhos utilizando para tal uma lista previamente escrita pelos dois...

Do realizador de "When Harry met Sally", este filme tinha na sua equipa técnica e artística elementos de sobra para fazer um bom drama. Infelizmente, o filme é demasiado chocho e limita-se sobretudo a um "Jack & Morgan Show". Sim, o argumento é limitado mas a dupla de actores está num bom nível, apesar de sabermos perfeitamente que ambos os actores limitam-se a interpretar e não "viver" a personagem. Eles fazem-no de olhos fechados e por vezes o filme fica-se pelo mediano quando poderia existir realmente algo de profundamente dramático. A vantagem, é que a realização também não pretende levar a audiência às lágrimas todos os 5 minutos e sabe dar liberdade a os actores que conseguem criar lanços entre as suas personagens.

"The bucket list" é um "budy movie" da terceira idade. Lento e por vezes demasiado extenso (um cúmulo para 100 minutos), o filme raramente atinge a perfeição dramática. Resta-nos uma dupla de actores que nada têm a provar e que habilmente nos levam a simpatizar com as suas personagens. Estávamos com o direito de esperar algo de mais consistente, ficamos meio-desiludidos mas não ficamos com um mau filme de todo.

Stay tuned.

Review: "Horton hears a Who" 5*/10


Novo filme de animação vindo dos estúdios Blue Sky (responsáveis por Ice Age), "Horton" era um filme que tinha alguns trunfos em seu favor (nomeadamente nas vozes de Jim Carrey e Steve Carell). Infelizmente, a versão que vi era dobrada em Português. Então, o que resta do filme sem o casting de estrelas?

Horton (VO Jim Carrey), um elefante pacato e um pouco excêntrico que vive na selva e adora ensinar coisas novas aos jovens animais lá do sitio. Um dia, passa por ele um grão de poeira que grita. Horton faz tudo para o recuperar porque acredita que, naquele grão, vivem uns seres. A Kanguru lá do sitio acha que Horton está doido e que é um mau exemplo para a juventude local. Por isso, decide recuperar o grão a todo o custo e destruí-lo. Entretanto, Horton confirma as suas suspeitas: vivem lá seres (os Quem) e o seu presidente (Steve Carell) acaba por comunicar com ele e pedir-lhe que coloque a sua cidade num local seguro...

Em Português, o filme perde um pouco do seu encanto e fica simplesmente na média sem nunca se destacar. Neste caso, não existe realmente um personagem realmente engraçado (como o Scrat na "Idade do Gelo" ou ainda o esquilo do "Pular a cerca", por exemplo). A história é demasiado moralizadora e a cada 5 minutos somos obrigados a levar com a mensagem de chapa. Tecnicamente o filme é interessante mas devido à pouca profundidade dramática não salva o filme. Acredito que, com as vozes de Carell e Carrey o filme ganhe um pouco mais, mas mesmo assim, é demasiado direccionado para as crianças (sobretudo em Português).

Conclusão, "Horton" poderia ter sido mais simpático caso não fosse tão "tótó" e moralista. Sendo assim, é um filme aconselhado aos mais pequenos que ficarão entretidos com as aventuras do paquiderme.

Stay tuned.

Review+Filme mau: "Vantage Point" 3*10


Um filme que parece à primeira vista bastante entertaining mas que se revela ser um mau episódio da série "24"...

O presidente dos Estados-Unidos (William Hurt) desloca-se até Salamanca para assinar um acordo contra o terrorismo global. Quando é apresentado ao público, é baleado. Nesse momento, o seu chefe de segurança, Thomas Barnes (Dennis Quaid), repara num pormenor que o pode levar até ao assassino. Ele e o seu colega (Matthew Fox) partem para a investigação mas uma bomba explode na praça e tudo se torna num caos. Os suspeitos escapam, e inicia-se então uma caça ao homem. Mas nem tudo parece ser o que é...

O grande argumento de "Ponto de mira" era supostamente os 7 pontos de vista diferentes sobre o mesmo acontecimento (o ataque ao presidente). Infelizmente, esse argumento não serve para nada. A história não tem consistência, é tão básica e linear que não há nada de verdadeiramente interessante em mostrar o quê que os vários "protagonistas" viram. Certo, cada personagem acrescenta uma história paralela ao plot principal, mas mesmo assim não é nada de relevante ou digno de interesse. A realização é muito televisiva e pouco inspirada. A grande cena de perseguição é desperdiçada e mal coreografada (vê-se a metros de distância o espaço reservado para o carro protagonista). Os actores estão todos bastante ridiculos (sobretudo devido a diálogos que misturam o Espanhol com o Inglês de uma forma estranha (o Americano fala em Inglês, respondem-lhe em Inglês e de seguida o Americano fala em Espanhol e respondem em Espanhol...). De resto, tecnicamente, não supera uma série mediana (episódios de "24" são bem mais emocionantes) e o rewind (que antecede um novo ponto de vista) é enfadonho.

Conclusão, "Vantage Point" é um filme que se perde com o seu conceito e não tem mais nada para oferecer. Não é um bom divertimento e acaba sempre por ser mais ridiculo do que empolgante. A evitar.

Stay tuned.

Review: "The Spiderwick Chronicles" 6*/10


Desde o "Senhor dos Anéis" que somos bombardeados todos os anos com adaptações literárias de fantasia. Entre "As crónicas de Narnia" e outros "Segredo de Terabitia", são várias as adaptações que vão aparecendo nas nossas telas. Admito que não vi a "Bússola dourada" mas, estas "Crónicas de Spiderwick", é provavelmente um filme mais interessante e sobretudo menos hollywoodesco.

A familia Grace acaba de chegar de Nova-Iorque para se instalar na casa de um tio. A casa fica no campo onde a vida é pouco movimentada. Jared (Freddie Highmore) é um jovem um pouco rebelde que não consegue ultrapassar o divórcio da mãe e culpa-a de tudo. A sua irmã e o seu irmão gémeo (também interpretado por Highmore) são mais pacíficos com a situação. Na noite em que chegam, Freddie é atraído por barulhos estranhos em casa e acaba por descobrir um elevador secreto que leva ao escritório do tio, Arthur Spiderwick. No escritório, encontra um livro com uma proibição para ninguém o ler. Curioso por natureza, Jared lê o livro e desperta umas criaturas que têm vivido no meio de nós desde sempre. Essas criaturas são nos invisíveis a não ser que se possui uma lente especial ou que elas desejam serem vistas. Entretanto, Jared descobre que o livro é cobiçado por um ogre que pretende dominar o mundo de fantasia. Como sempre, ninguém acredita em Jared...

Com o trailer, é dificil atrair uma audiência mais adulta ao cinema. Por um lado, soa tudo a "déjà-vu" e por outro, parece demasiado orientado para as crianças. Não vou negar que o filme seja um pouco infantil, mas também é certo que tem alguns trunfos na manga para entreter qualquer um de nós. Primeiro, é bastante fluido, a história (apesar de profundamente cliché) é nos contada sem demasiados tempos mortos. Depois, Freddie Highmore é eficaz no seu duplo papel (a excepção do sotaque...). Para terminar, as criaturas são bastantes interessantes nomeadamente graças a uns efeitos especiais de qualidade. Se quisermos resumir, seria uma pena não dar uma vista de olhos ao filme simplesmente porque parece demasiado infantil. Acreditem em mim, é hora e meia de boa diversão.

Stay tuned.

Review: "I'm not there" 5*/10


Vou tentar condensar as próximas 5 reviews só para actualizar...Como já mencionei, há muito que não venho cá escrever...

Realizado por Todd haynes (Far from heaven), este pseudo-biopic sobre um Bob Dylan em constante metamorphose é antes de tudo uma obra destinada aos fãs do senhor. O filme é longo e por vezes aborrecido (mais uma vez, sobretudo para os não conhecedores da obra de Bob Dylan) mas mesmo assim é uma obra estranha, espécie de OVNI cinematográfico que tem o mérito de ser original na representação de uma entidade física. Actores conhecidos não faltam, música de de Dylan também não. O segmento com o falecido Heath Ledger e Charlotte Gainsbourg é provavelmente o mais interessantes de todos. A interpretação de Cate Blanchett é irrepreensível. Michelle Williams é irreconhecível. E nós estamos já um pouco fartos daquilo. Falta "sumo", ou algo de dramaticamente mais intenso.

Se gosta da obra de Bob Dylan, o mais certo é apreciarem esta obra demasiada destinada a uma audiência especifica. Se não, é provável que se sintam um pouco à margem desta obra invulgar mas sem no entanto ser desinteressante.

Stay Tuned.

Inquérito 7: "Leatherface" Wins


Há muito, muito tempo que não vinha postar aqui no blog. Admito que tenho estado ocupado e sobretudo ocupado a escrever um argumento (para avaliação) que me está a dar muitas dores de cabeça...Mas enfim, agora é tempo de anunciar o grande vencedor deste sétimo inquérito. Com um total de 7 votos (eu sei, eu sei...Continuo na média...) o grande vencedor foi o vilão do filme "Massacre no Texas" com 4 votos. Em segundo lugar, o armário chamado Michael Myers da saga "Halloween" com 2 votos. E no terceiro lugar, a boneca mais diabólica de sempre com o tenro nome de Chucky vista na saga "Child's play". Bom, agora votem mais no novo inquérito...Please...

Stay Tuned.

Review: "Halloween" 4*/10


Um novo remake de um clássico do terror mas, desta vez, por alguém que já demonstrou capacidades no sórdido e na representação da violência: Rob Zombie.


Illinois, Estados-Unidos. A familia Myers é um tanto ou quanto disfuncional. A mãe é stripper, a irmã é uma bitch, o padrasto tem um lado pseudo-pedófilo e o irmão, Michael, é a risada de todos e um incompreendido pela sociedade. Um dia, Michael mata um colega. Nessa mesma noite, Michael mata a familia, a excepção da mãe e da irmã bébé. Michael vai para o manicómio. 17 anos depois, Michael escapa e volta a matar como se não houvesse amanhã enquanto procura pelo único membro da familia por quem nunca teve ódio: a irmã mais pequena.

Neste tipo de filmes, a lógica é sempre a mesma. Um assassino, pessoas que não conseguem fugir e muito grito e algum sangue. Neste aqui a formula não muda, apesar de se notar que atrás da câmera não está um novato vindo do clip, mas sim alguém com uma paixão pelas familias quebradas e sobretudo por peitos jovens e violência. O problema do filme está sobretudo na estrutura, demasiado longo para nos aborrecer ao inicio e depois, demasiado despachado para provocar realmente medo. O problema deste "Halloween" ou do original está sobretudo no seu argumento mas o original mantém uma vantagem sobretudo devido ao ano em que foi realizado: 1978. Nos anos 70, um filme como este espalhava realmente o medo já que a relação das pessoas com a violência era muito menos acentuado do que hoje em dia. Daí derivar o problema do remake que não faz uso de muita inteligência para aterrorizar o espectador. Na maioria das cenas, não existe uma tensão palpável muito por causa de uma realização ou demasiada contida ou simplesmente muito pouco inspirada. Rob Zombie limita-se a alinhar as cenas de morte sem terem realmente qualquer valor dramático. O filme salva-se na sua parte final em que o Michael Myers que todos conhecemos invade o pequeno bairro e impõe um certo respeito. Admito que gosto muito da mascara e que por vezes lamento que não se soube captar a essência demoníaca que a personagem transpira. Lamento também que as vitimas se arrastem pelo chão a gritarem (uma constante) e o miúdo que representa Myers em criança se pareça com um dos irmãos "Hanson" (temi durante uns minutos que ele começasse a cantar "Humm-bapppp-dap-ba-doo-bap". Felizmente, não aconteceu).

Conclusão: Esta re-leitura do clássico de Carpenter por Rob Zombie poderia ter dado algo de bem mais terrifico caso o realizador não decidisse atenuar a violência. sendo assim, o filme não provoca medo, e todo o sangue derramado é em vão. Se gosta de "maminhas" talvez o filme se torne uma opção mas mesmo assim, não conte muito com isso. O filme cheira a Rob Zombie e até tem a mulher e tudo, mas acaba por ser uma encomenda demasiada gentil que não sabe aproveitar a magnitude do vilão.

Review: "10.000 B.C" 4*/10


Roland Emmerich, realizador de sucessos como "Independence Day", "Godzilla" ou mais recentemente, "The Day After Tomorrow" regressa este ano com uma obra épica...ou melhor epicamente entediante...


Algures, 10.000 antes de Cristo, vive uma tribo chamada Yagal (será assim que se escreve???) que um acolhe uma menina de olhos azuis que recentemente escapou ao "diabo de 4 patas" que aniquilou toda a sua aldeia. Felizmente para os Yagal, a menina confirma que a profecia local (uma menina de olhos azuis surgirá para salvar o povo...blá,blá,blá...) está prestes a concretizar-se. De'leh, Yagal de raça e filho de um suposto traidor que anos antes abandonou a sua tribo, está obviamente apaixonado por ela. Após uns anos é tempo para os, agora adolescentes, Yagal's caçarem o mannock, espécie de mamute, para alimentarem a tribo. Após caçar um sozinho (ou quase) De'leh ganha o respeito de todos e o direito a casar com Evolet (a menina de olhos azuis). Infelizmente para eles, uma raça vinda do sul ataca a tribo e rapta alguns dos membros, inclusivé Evolet. De'leh (que estava a dormir na neve afastado da tribo) não consegue impedir tal acto e por isso decide partir numa missão de resgate com TicTic o fiel amigo do seu pai e seu mentor...

Bem, isto assim até parece emocionante. Após ter visto o primeiro trailer, disse logo "Hummm isto aqui não me cheira nada bem...". Conclusão: Tinha razão. Admito que já vi todos os filmes do senhor Emmerich (a excepção do "Patriota") e reconheço que é um tarefeiro bastante competente no que toca a blockbusters com ideias e temas de destruição massiva. Neste seu filme épico pré-histórico, Emmerich falha quase todos os pontos importantes do um divertimento. O filme tem 1h50 e parece ter perto de 2h30, os efeitos especiais são bons mas muito,muito mal aproveitados ou inseridos. O elenco não consegue criar laços com a audiência e certos elementos brincam com a nossa paciência (a personagem Baku, por exemplo). O argumento é pobre e muito mal estruturado (basicamente, o filme avança com a descoberta de profecias...Ou seja, a personagem principal faz parte das profecias de meio mundo) e para completar o todo, existem muitos planos duvidosos naquela realização repleta de falhas de planificação. Enfim, nem tudo é mau. Salvam-se duas ou três sequências minimamente eficazes (o ataque das avestruzes gigantes,por exemplo) e pouco mais.

Conclusão: Gosta de filmes épicos? Gosta de pipocas? Bem, é provável que não goste deste filme que apesar de ser vendido como um "épico de outros tempos" só consegue provocar o aborrecimento entre os espectadores. 10.000 A.C? Não, 10.000 Anos de Tédio.

Stay Tuned.

Inquérito 6: "Fight Club" wins


Ao sexto inquérito, questionei os leitores do blog (que pelos vistos são pouco...ainda) sobre qual era, para eles, o melhor filme do grande David Fincher. Em 7 votos, 6 foram para o excelente "Fight Club" e um para o filme que deu um novo rumo aos filmes policiais, "Se7en".

Stay Tuned.

Review: "The Other Boleyn Girl" 6*/10


Quando saí da sala de cinema estava mais satisfeito do que quando o filme começou. Lembro de ter dito a um amigo meu que me mandou uma sms a perguntar que tal tinha sido o filme de lhe ter dito que tinha gostado, que era "um 7"...Depois de pensar novamente nele, há coisas que realmente não se podem perdoar e decidi baixar a minha nota.

Anne (belissima Natalie Portman) e Mary (Scarlett Johansson) são duas irmãs muito chegadas que vivem no campo com o irmão e os pais. Um dia, o tio aparece por casa com uma informação que ainda ninguém tem: o rei de Inglaterra (Eric Bana) está a beira do abismo já que a sua mulher não lhe consegue dar um filho e pode estar à procura de uma amante. Com esta informação preciosa, o tio e o pai das irmãs decidem convidar o rei a passar alguns dias na sua habitação, com a esperança de que Anne o consiga seduzir já que Mary era casada com um habitante local. Com a chegada do rei, Anne consegue os seus objectivos, levada pela ambição de um novo estatuto social. Infelizmente, o rei sofre um acidente por culpa de Anne e quem o trata é Mary, pela qual ele se apaixona. Com este desfecho, as duas irmãs vão entrar em colapso já que uma está cega de ambição e a outra, cega de amor.

Para começar, não sou grande fã de filmes de época. Aqui, o que me levou ao cinema, foi sem dúvida alguma o elenco de qualidade. Eric Bana é bom actor, não tenho dúvida disso, acho simplesmente que, como qualquer actor, por vezes faz escolhas erradas. Aqui, a sua interpretação de rei é de qualidade, mas sem nunca se destacar. Sejamos honestos, o argumento aposta pura e simplesmente nas duas actrizes principais. A Scarlett é uma escolha acertada pelo o seu físico, facilmente a identificamos com a época já que parece uma personagem tirada dos quadros renascentistas. Relativamente a sua interpretação, não creio que seja excepcional, mas consegue convencer no papel da irmã inocente e demasiada meiga. Agora, o trunfo: Natalie Portman. Digam o que disserem, a rapariga está espantosa e lindissima. Sempre fui um admirador da actriz que não consegue aparecer sem ser notada. A sua Anne é de certa forma diabólica, não olha a meios para chegar ao topo. A sua personagem é ambígua e instável e tudo isso é nos transmitido com uma facilidade desconcertante. Prestem atenção ao final porque tudo é ainda mais saboroso. Se o elenco é bom, o que falha então? Primeiro, o argumento. Baseado numa obra literária, o argumento tem dificuldades em desprender-se desse facto. As coisas parece durar uma eternidade e existem cenas que poderiam ser encurtadas ou completamente eliminadas sem nunca afectar a narrativa. E depois, a realização completamente ao lado. Se existem planos e cenas cuidadas (a cena de amor é bastante boa), muitas vezes o realizador passa de uma realização contida e clássica, para algo que mais se assemelha a série "24". Porquê usar câmera à mão no plano fixo? E porquê abusar das transições a negro ou laterais?Para terminar, a fotografia que é provavelmente uma das piores dos últimos anos. Creio que não existe um plano com a mesma luz. Reparei no inicio com aqueles tons castanhos saturados que passam facilmente para planos completamente deslavados e frios. Durante o filme, é uma constante.

O filme técnicamente é de mau gosto, mas a história e sobretudo os actores (enfim, a Natalie Portman) tornam o filme interessante e por vezes absorvente. Atenção aos alérgicos dos filmes de época.

Stay Tuned.

Estreia...Com 1 semana de atraso

Hoje fui ao cinema, ontem também fui...Só que ontem decidi questionar os responsáveis dos cinemas Alvaláxia (ou melhor, a gerente) sobre o facto de "No Country for old men" não ter estreado apesar de ter sido anunciado constantemente há mais de 2 meses... Responderam-me que a Lusomundo (actual explorador) somente tinha 8 cópias e que não é possivel distribuí-las por todos os cinemas. Uma vez mais queixei-me da falta de filmes independentes ou de forte "Buzz" disponíveis nas salas. Em vez de 16, somente 12 estão a ser exploradas. Prometeram-me mais filmes e maior diversidade (isso foi quando o "Into the Wild" não estreou...). Ainda não vi diferença nenhuma. Quando filmes como "Into the Wild", "Eastern Promeses" ou ainda "No Country for old Men" não têm direito a uma sala sobre 16 e filmes como aquele horror visual que é "Winx" (uma pseudo animação feita em 3D com umas bruxinhas...) vão encontrar um ecrã onde se exibirem, pergunto se ter o "Kard 4 U" é boa opção...Meus amigos, em 16 salas há espaço para tudo. Os filmes menos comerciais é que podiam ter acesso a esse espaço que é de qualidade em vez de apodrecerem em salas de bairro. Porque não "Re-runs"? Porque não aproveitarem 2 salas para o cinema indy? Enfim, os senhores é que sabem mas eu estou cada vez mais disposto a abdicar do cartãozinho que outrora foi mágico (sim, no tempo em que ainda era válido no king,Saldanha ou Nîmas...).

Ah! Hoje saio da sala de cinema e o que vejo? "No Country For Old Men" com estreia prevista para dia 6 deste mês...Na caixa disseram-me que conseguiram arranjar uma cópia após vários pedidos e que é provável que a programação tome outro rumo...Coincidência? Maybe...

Stay Tuned.

Review+Recomendado: "Persepolis" 7*/10


Hoje estava a escrever quando, de repente, fiquei sem inspiração. Ao meu lado, a lista de filmes disponíveis no Alvaláxia. Foi o necessário para a abrir e ver que ainda não tinha visto o "Persepolis". Ninguém pode ir comigo, não faz mal vou sozinho.


Marjan é uma pequena Iraniana, filha de pais comunistas nos finais da décade de 70. O seu país está a atravessar uma fase crítica da sua História. Primeiro a revolução, depois a guerra. Marjan sempre foi muito extrovertida e nunca gostou que lhe roubassem a sua liberdade. Infelizmente, o Irão é um país demasiado limitativo para uma menina como ela e, a medida que cresce, começa a partilhar a sua vida entre a Europa, o Irão e entre os seus ideais e a sua cultura. Podemos, por assim dizer que Marjan vai aprender a crescer e descobrir o mundo pelos próprios olhos...

Filme de animação nomeado ao Óscar da melhor animação (que perdeu em prol de "Ratatouille"), "Persepolis" é um filme singular que mistura drama, humor e acontecimentos históricos tudo em 2D e feito à mão. O filme parece a partida bastante infantil mas, rapidamente, o espectador apercebe-se que os temas abordados são bem mais profundos do que o simples conto. Aqui, em hora e meia, observamos um pedaço de história de um país que sofreu (e ainda sofre) do mal da guerra, da exclusão social e onde a liberdade de expressão é quase nula. A aventura da jovem Marjan é como que um retrato de todos os emigrantes que algum dia tiveram de deixar o seu país para encontrarem-se a si próprios num lugar que na maioria das vezes lhes é hostil. Se há um ponto negativo a realçar é sem dúvida alguma o abuso de asneiras pronunciadas ao longo do filme e que são, na maioria, desnecessárias. Mesmo assim, quem não percebe Francês consegue evitar metade graças a uma legendagem bastante púdica. Menção especial para a banda sonora que é de muito bom gosto.

Bem, se está farto das animações made in Pixar e de toda a tecnologia 3D e procura regressar a uma animação mais clássica mas mesmo assim peculiar ou, se procura um argumento mais adulto ou um retrato daquela sociedade, veja o filme. De qualquer forma, creio que é um bom filme para se ver mas cuidado com as crianças, já que certos temas são bastante adultos e a linguagem não é a melhor (eu aqui a falar e o filme nem sequer existe dobrado...Bem, é um filme para os mais crescidos).

Stay Tuned.

Review: "Awake" 5*/10


Por vezes vemos um trailer e dizemos "isto deve ser muito mau..." e, depois, vemos o filme e até ficamos minimamente satisfeitos com o que vemos. "Awake" é sem dúvida alguma um desses filmes.

Clayton Beresford (Hayden Christensen) é um menino rico de Nova-York, que trabalha na companhia financeira do falecido pai. Para além de ser rico, também tem muita sorte no amor já que está apaixonadissimo pela bela Sam (suspiro: Jessica Alba), a assistente da sua mãe protectora (Lena Olin). O problema, é que tudo poderia ser um conto de fadas caso a mãe soubesse desse namoro e o aprovasse e caso Clayton estivesse em perfeita saúde. Mas Clayton não está, precisa urgentemente de um transplante de coração e quando a hora chegar, o seu médico e amigo Dr.Jack Harper (Terrence Howard) será o seu cirurgião, coisa que preocupa a mãe já que Harper tem uma lista de processos por negligência médica no seu processo. Um dia, a hora da operação chega, mas durante a anestesia, Clayton não adormece por completo e assiste ao que parece ser uma tentativa de homicidio na sua pessoa. Não podendo acordar, Clayton fica como preso num mundo à parte entre sonhos, memórias e a sua vida presente...

Ok, tenho consciência que não foi o melhor resumo que fiz. Acho que me perdi um pouco mas também era dificil limitar as palavras. "Awake" não é de todo um grande filme mas consegue 2 grandes proezas. Primeiro, Hayden Christensen é um mau actor mas do que vi dele, este será provavelmente o seu melhor trabalho. Segundo, a menina Jessica Alba,por quem tenho grande fraquinho e que é sem dúvida uma bela mulher...Mas isso não impede que ainda não tenha mostrado grandes capacidades de interpretação. O filme onde se destacou mais até agora foi sem dúvida o "Good Luck Chuck" onde o papel de miúda desastrada lhe convinha perfeitamente. Aqui, não está má de um todo, e vê-la a um dado momento quando a sua personagem ganha um novo rumo até que se torna agradável. O argumento e realização do estreante Joby Harold é de qualidade. A história é suficientemente envolvente para nos captar a atenção e a realização é discreta mas eficaz. A música está também num bom nivel e embrulha tudo da melhor forma. O que impede o filme de estar melhor será talvez uma falta de ambição e um tratamento demasiado pouco profundo do tema tornando o filme um banal entretenimento de hora e meia. Mas enfim, é sempre hora e meia de distracção sem tédio.

Conclusão, quer sair com a namorada ou se calhar tem "card 4 u" e apetece-lhe despachar o assunto em 90 minutos ao mesmo tempo que observa a bela Jessica Alba mas não está disposto em aborrecer-se?Então, este filme pode ser a perfeita escolha para vocês.

Stay Tuned.

Review: "No Country For Old Men" 7*/10


Uma vez mais, o cinema de Alvaláxia é uma desilusão...Como é possivel não estar o grande vencedor dos Óscars em cartaz? O "card 4 u" é cada vez mais uma bem de muita pouca necessidade...

Llewelyn Moss (Josh Brolin) é um veterano do Vietman tornado soldador que num dia de caça acaba por encontrar uma mala repleta de dinheiro e que foi extraviada após um "deal" de droga ter corrido para o torto. Nesse mesmo momento, um psicopata (excelente Javier Bardem) faz tudo para recuperar o dinheiro perdido ao mesmo tempo que vai eliminando civis e outros agentes da autoridade que se atravessam no seu caminho. Ed Tom (Tommy Lee Jones), o sheriff local, investiga os crimes que tem ocorrido no seu território apesar de não estar perfeitamente enquadradro com a situação e tenta não pensar na reforma que se aproxima...

Eram muitas as expectativas relativamente a este filme. Primeiro, era necessário que atenuasse a semi-decepção que foi "There will be blood" e depois era preciso que conseguisse aproveitar todos os talentos que se encontram na ficha técnica do filme. Após visionamento, o filme só cumpre realmente um dos seus objectivos. Não li o livro no qual se baseou o filme mas pelo o que ouvi os Coen foram fiéis ao material literário...demasiados fiéis. O filme tem por vezes um ritmo demasiado lento (isto apesar de ser um filme que requer uma certa lentidão) e perde-se em cenas desnecessárias tornando o filme um pouco dificil de digerir para certas pessoas (mas lá está, há pessoas e pessoas...). Técnicamente o filme está muito bem, a planificação foi feita com cuidado, não há efeitos desnecessários e existe uma verdadeira atmosfera que por vezes é bastante assustadora. Por falar em assustar, Javier Bardem é simplesmente genial. A sua interpretação glacial de assassino congela-vos (e uma piada fácil, uma...) e surpreende-vos pela naturalidade com que cada gesto é executado. Creio que o Óscar foi plenamente merecido (assim com o de Daniel Day-Lewis foi). O resto do elenco está também de bom nivel, e a personagem de Tommy Lee Jones, apesar de aparecer poucas vezes, é importante para manter o filme equilibrado já que traz uma certa dose de humor. Realmente, o filme tem muitos atributos de qualidade mas falta-lhe algo que provoque o "Click" no espectador. Será culpa do argumento demasiado certinho ou se calhar demasiado colado ao livro o culpado? Ou será o facto do filme também ter cenários muito desérticos (com o "There will be blood", já é uma dose valente de areia...Ou será também porque estive em rodagem esta semana toda também na areia?) ? Enfim, falta algo ao filme para o projectar para outro nivel.

Em conclusão, Javier Bardem é um excelente assassino e a violência é de muita qualidade (nomeadamente graças as magnificas armas do senhor). Se estiver disposto a observar esta caça ao homem no meio do Texas, vá ao cinema sem pensar duas vezes. E se gostou do "There will be blood" poderá ser uma forma interessante de comparar estas duas obras adaptadas da literatura Americana.

Stay Tuned.

Inquérito 5: "God of War" Wins


Pois bem, 5 votos desta vez... Dois dos quais foram para Kratos fazendo do jogo "God Of War" (para playstation 2) o vencedor deste quinto inquérito. Empatados seguem, "Metal Gear", "Final Fantasy VII" e "GTA" com um voto cada. Pessoalmente, é um sonho aqui do vosso humilde Bloggueiro adaptar o magnifico "Metal Gear" assim como o genialmente fabuloso "Final Fantasy VII" para grande ecrã. Infelizmente, não é para amanhã...Sniff...

Stay Tuned.

Review+Recomendado: "Juno" 8*/10


Foi um pouco apressado que combinei a ida ao cinema para ver um dos favoritos dos Óscars deste ano. Como era este ou "Michael Clayton", decidi-me pelo que tinha mais nomeações. Ainda bem que fui para este "Juno" já que sai do cinema como já não saia há muito tempo.

Juno (Ellen Page) é uma jovem adolescente de 16 anos, demasiada "crescida", sarcástica e sempre com uma frase explosiva na ponta da lingua. Um dia, decide iniciar-se aos prazeres carnais com Bleek (Michael Cera) um amigo de longa data adepto da corrida e sobretudo dos tic-tac's laranja. Infelizmente, Juno fica grávida mas isso parece não a afectar muito já que decide doar a criança a uma familia que realmente a deseje. É aí que conhece o casal formado por Mark (Jason Bateman) e Vanessa (Jennifer Garner), uns Yuppies que vivem confortavelmente a sua vida de novos ricos mas sentem falta de uma criança. Ao conhecer Mark, Juno fica imediatamente seduzida pelo seu lado cool. São demasiados parecidos e por isso, decide entregar-lhe a criança quando nascer. Mas tudo não assim tão fácil no mundo dos adultos...

Com 4 nomeações ao Óscar (dos quais melhor filme e melhor actriz principal) "Juno" é um sério candidato a estatueta nessas categorias. O grande trunfo não se encontra propriamente no argumento que, apesar de bem escrito e subtilmente cómico, não teria muito relevo sem a grande personagem interpretada pela excelente Ellen Page. Após a revelação em "Hard Candy" (2005, David Slade) esta jovem foi conquistando o seu lugar em Hollywood tendo nomeadamente participado no último X-Men. A sua Juno é uma rapariga pouco vulgar, adepta da linguagem rítmica e segura da sua pessoa, ela vai pouco a pouco tentar desmistificar o mundo dos adultos e porque não descomplicar o que afinal é realmente complicado. Com carisma para dar e vender, Ellen Page agarra o espectador com a sua naturalidade e o seu"je ne sais quoi" de "girl next door" que a torna adorável e ao mesmo tempo muito próxima do público. O que faz também a força deste filme são as subtilezas das relações e como todas as personagens evoluem naquele mundo que parece, por vezes, um tanto ou quanto irreal. O resto do cast está bem, não há ninguém que mereça um reprimenda. Michael Cera volta novamente a personagens que tem interpretado nos seus trabalhos mais conhecidos (a série "Arrested Development" e mais recentemente "Superbad") e por incrível que pareça não sou capaz de me fartar do miúdo tosco que traz sempre algo de interessante aos filmes em que participa. A realização está muito "Garden State" (alias, foi um dos primeiros filmes que me vieram a cabeça nos primeiros minutos de "Juno"). Não sei se é o uso da música ou se é simplesmente uma atmosfera mas algo me leva sempre a conectar os dois filmes. Não creio que mereça o Óscar para melhor realizador (isto apesar de não ter visto todos os filmes) mas não ficaria nada chateado se entregassem a estatueta à miss Page.

Creio que "Juno" deveria fazer parte dos vossos planos a próxima vez que forem ao cinema. São 95 minutos bem passados e que deixam um sabor agradável nos olhos e na mente (ok, acho que me fiz entender...). Venha o "No Country for Old Men" agora, já que o filme "à la" "Little Miss Sunshine" do ano já foi visionado e aprovado.

Stay Tuned.

Review: "There Will Be Blood" 6*/10


Grande favorito aos Óscars deste ano, o novo filme de P.T Anderson (Magnolia, Punch-Drunk-Love) é sobretudo uma desilusão. A melhor maneira de resumir este filme seria dizer que, uma grande personagem não faz um grande filme...

Em inicio do século 20, Daniel (Daniel Day-Lewis) é um homem que enriqueceu à custa do petróleo mas mesmo assim, procura sempre mais e mais. Um dia, um rapaz chamado Paul (Paul Dano) vai ao seu encontro e, a troca de dinheiro, revela-lhe que a cidade de onde vem está repleta de petróleo que ainda ninguém explorou. Daniel segue então para lá, acompanhado do filho, e convence a familia de Paul a ceder-lhe as terras. O problema vem do irmão gémeo de Paul (ou será outra coisa?) Eli, jovem profeta dono de uma Igreja que procura à todo o custo ser conhecido por todos e recrutar membros para a sua Igreja. A sede de riqueza de Daniel e a sede de poder de Eli vão se confrontar numa terra repleta de ouro negro...

O inicio do filme é um pouco destabilizador. Durante mais de 10 minutos não existe uma linha de diálogo. É o necessário a um set-up que espalha uma atmosfera misteriosa e interessante. Depressa seguimos para um Daniel já estabelecido e dono de um saber valioso acerca do petróleo. Até aqui tudo bem, o filme é lento e dá margem a excelente prestação de Daniel Day-Lewis que parece não falhar uma personagem. Daniel parece à superficie um Ser Humano, tudo o que há de mais respeitável mas, pouco à pouco, vamos descobrindo o que realmente lhe interessa e que fará tudo para chegar aos seus objectivos. A outra personagem que se destaca é sem dúvida o jovem Paul Dano, também visto em Little Miss Sunshine, que consegue equilibrar a sua personagem mantendo-nos sempre na dúvida acerca das suas verdadeiras convicções. Relativamente à realização, não há grande coisa a dizer a não ser que existe um verdadeiro cuidado na estética do filme e que tudo contribui para a obra sem nunca haver efeitos desnecessários. O grande problema do filme é que na sua segunda metade perde intensidade, parecendo que o realizador/argumentista não sabia o que fazer da sua história. Era perfeitamente possivel encurtar o filme de 40 minutos mantendo intacta a estrutura original, mas visto assim, o filme perde-se tornando o final despachado e anti-climático.

O filme continua acima da média mas é óbvio que é salvo pela excelente interpretação de Day-Lewis que é um sério candidato ao Óscar de melhor actor este ano. Agora que este filme está visto, resta-me cruzar os dedos para que No Country For Old Men mantenha todas as suas promessas.

Stay Tuned.

Review + filme mau: "Jumper" 3*/10



Há filmes que não sabem bem quando devem estrear... "Jumper" é um desses. Veio demasiado tarde para as estreais de Natal e demasiado cedo para as estreais de Maio. Ao ver o filme ficamos com a sensação que o filme ficou a meio caminho de tudo... ou a menos...

David (Hayden Christensen) é um jovem como todos os outros. Como muitos, é um pouco maltratado na escola e um dia, quando vai recuperar um objecto que lhe foi retirado das mãos e atirado ao rio congelado, cai na água e por um milagre teletransporta-se para a biblioteca. David descobre que tem esse poder fenomenal, deixa a cidade e, para enriquecer depressa, assalta uns bancos. 8 anos após ter descoberto os seus poderes, David é um jovem rico e continua a viver a vida nos 5 continentes sem dar grande importância a quem o rodeia. Um dia, é atacado em casa por Roland (Samuel L. Jackson), um membro de uma seita que jurou eliminar os "jumpers" da face da Terra. David só pode fazer uma coisa: fugir...

Realizado por Doug Liman (Bourne identity, Mr & Mrs Smith) que tem como únicas curiosidades o facto de ter lançado a saga Bourne e ter dado cabo do casal Pitt-Aniston, este pseudo-blockbuster wannabe é tão emocionante de se ver como um palhaço desmaquilhado e em coma profundo há 10 anos. Não ponta por onde se lhe pegue: o carisma dos actores= 0 (salva-se Jamie Bell numa ou outra sequência), efeitos especiais aceitáveis (são sempre os mesmos, e mesmo assim os melhores são muito mal aproveitados), a história não interessa (é tão bem desenvolvida que ao lado, um episódio dos morangos parece ser mais trabalhado). O resultado é um filme entediante que por vezes parece mais uma carta postal. E não desgosto da ideia original, simplesmente acredito que não foi bem desenvolvida. Bem, eles também dizem que vai haver uma trilogia (isto é, se este fizer dinheiro...) mas se continuarem com este desenvolvimento tão superficial e nada empolgante, não creio que se vá manter por muito tempo.

Conclusão, muito dinheiro gasto em viagens ao Egipto para nada, já que este "Jumper" somente suscita no espectador a enorme vontade de toda aquela equipa técnica ganhar poderes e se teletransportar acima dos 2000 metros e no meio de um volcão, de preferência. Jump out...

Stay Tuned.

inquérito 4: "Lord of the Rings" & "Back to the Future" Win



6 votos...Bem sempre continua na média... Bem esta votação era acerca das melhores trilogias. Sairam vencedores deste inquérito a trilogia do "Senhor dos Anéis" (2001-2003, Peter Jackson) e a trilogia do "Regresso ao futuro" (1985-1990, Robert Zemeckis). Com uma votação ficaram as trilogias "The Matrix" (1999-2003, Washowski Brothers) e "O Padrinho" (1972-1990, F.F Coppola).

Stay Tuned.

Review: "John Rambo" 5*/10


20 anos após a sua última missão, John Rambo regressa aos cinemas para mostrar que o mundo ainda precisa de um bruta montes com o cérebro do tamanho de uma cabeça de alfinete.

John Rambo já era. Desde o seu regresso do Afeganistão, Rambo vive na Tailândia e faz uns biscates como caçar cobras e bater com um martelo num ferro incandescente. Um dia, a sua rotina é alterada quando um bando de missionário desejosos de morrerem na Birmânia lhe pedem boleia até lá. O Rambo, não gosta da ideia mas uma senhora de cabelos loiros consegue convencê-lo. Rambo leva os missionários e regressa à Tailândia. Uns dias após essa viagem, um padre procura a sua ajuda pois sabe que os seus missionários foram raptados pela guerrilha Birmanesa. Rambo parte então para a guerra com um bando de mercenários que pensam que Rambo já é Avó mas que depressa vão ver que estavam bem enganados...

Bem, o que esperar de Stallone com 60 anos? Primeiro, já não tem a frescura de outros tempos depois, tem ainda menos diálogos do que um figurante num filme mudo e para terminar...A história não serve para nada... Mas mesmo assim, quando Stallone pretende mostrar os horrores da guerra na Birmânia (segundo ele, genuinamente reconstituido para cinema), os meios utilizados não são os politicos mas sim os visuais e de forma crua, ora vejamos: pernas, braços cabeças mutilados, crianças baleadas no peito ou atiradas como cocktails molotov para cima das cabanas em chamas, corridas de campónios em campos minados (com direito a apostas e tudo...)... "John Rambo" consegue a proeza de ser mais violento do que um desses pseudo-filmes gore que têm vindo ultimamente para o cinema. E se ainda por cima vos disser que a realização é nervosa, crua e bastante equilibrada e que o filme tem 10 minutos de diálogos dos quais 6 são em birmanês acho que apontei tudo o que o filme pode oferecer.

Conclusão, se quer ver um filme violente sem prepósito algum mas que consegue não aborrecer durante hora e meia, este filme é aconselhado. Talvez não para a São Valentim, mas aconselhado...

Stay Tuned.

Review+Recomendado: "Sweeney Todd" 8*/10


Um musical? Com Johnny Depp? Realizado por Tim Burton? Naaaaaaa... Existe?! Ah! Trata de um barbeiro assassino em Londres no século 19... Pois, agora acredito que seja verdade...

Quando ouvi falar deste projecto há cerca de 2 anos (foi numa entrevista se não me engano) fiquei um pouco surpreendido. Mas as boas noticias eram muitas (nomeadamente outro encontro de Burton e de Depp) mas sobretudo a temática é que me levou a pensar que seria uma boa oportunidade para Burton voltar as origens e quem sabe presentear-nos com um novo Eduardo mãos de tesoura ou ainda um Ed Wood só que mais sádico.

Benjamin Barker (Johnny Depp), um famoso barbeiro, é aprisionado sobe falsas acusações pelo juiz Turpin (Alan Rickman) que ao ver a mulher de Barker, ficou completamente obcecado por ela. 15 anos depois, Barker escapa da prisão e é resgatado por um jovem marinheiro que seguia caminho para Londres. De regresso a sua antiga casa, agora transformada em pastelaria (a pior de Londres), Barker aluga o espaço superior à nova senhoria, Mrs Lovett (Helena Bonham-Carter), que acaba por o reconhecer e lhe conta que a sua mulher enlouqueceu mas que a sua filha continua à guarda de Turpin. Benjamin Barker decide então reabrir o seu salão sob o nome de Sweeney Todd, procurando vingança de todos os que algum dia lhe fizeram mal...

O inicio do filme deixa perplexo, até a interpretação musical de Johnny Depp custa a convencer plenamente. O ponto positivo, é que 2 minutos após isso o sentimento já é outro, Tim Burton está de regresso ao seu estilo mais puro. Adaptado de uma peça de Broadway de sucesso, "Sweeney Todd" não é nenhum conto de fadas. Com uma fotografia magnifica (muito expressionista), Burton vai criando uma atmosfera pesada e sombria apoiado por uma bela dupla de actores: Depp e Bonham-Carter. Ambos os actores estão perfeitamente conscientes das suas personagens. Depp transpira o estilo gótico que Burton adora exibir. É negro, sádico e profundo, tornando a sua personagem bastante aterradora. Relativamente ao canto, todas as dúvidas são dissipadas quando Sweeney Todd reencontra as suas lâminas e lhes canta o tema "my friend". É verdade que a sua voz é mais "Rock" que romântica, mas este exercicio prova que as suas capacidades não se limitam a interpretação (como Ewan McGregor também o demonstrou em "Moulin Rouge"). Helena Bonham-Carter continua à ser uma actriz muito interessante que é dona de um fisico de outros tempos mas que tem um talento inato para representar personagens um pouco à margem e repletos de loucura. Mrs.Lovett é uma das personagens mais engraçada aos olhos do público, já que passa o filme a debitar diálogos irónicos e sobretudo repletos de humor (negro?) e consegue surpreender com a sua voz delicada e justa. A sua personagens tem mais camadas do que Sweeney Todd já que vive para muitas coisas e não somente para vingança. Os secundários estão todos bem, Sasha Baron-Cohen em primeiro, que com a sua personagem de pseudo-barbeiro Italiano consegue um bom distanciamento da sua personagem "Borat".
Relativamente à música e a realização não há grande coisa a dizer: ou se gosta do estilo ou não, mas a música consegue sempre ser interessante e barroca. Desta vez, Danny Elfman não participou ao projecto (o único com "Ed Wood") mas a orquestração é de qualidade e o elenco secundário destaca-se pelo lado profissional das interpretações musicais (a filha de Sweeney e o jovem marinheiro, nomeadamente). Agora, a realização de Burton deve muito ao cinema mudo e de terror dos anos 20-30. A composição dos planos é sempre conseguida, e mesmo assim consegue misturar planos mais ousados (sobretudo planos de grua) conferindo uma boa fluidez ao filme. Depois, as temáticas estão cá e Burton aproveita também para exagerar a vilência gráfica de certas passagens tornando o filme um pouco mais leve. Há muito sangue, mas feito como foi feito, tudo é demasiado explicito, por vezes, o que não deverá chocar os entendidos.

Conclusão, "Sweeney Todd" é um filme muito "Burtoniano" talvez demais, o que vai certamente desconcertar certos espectadores que podem não gostar da suas obras anteriores ao "Planeta dos Macacos". Aqui não há lugar para bons sentimentos, é uma história de vingança sangrenta, cantada e excelentemente interpretada. Se gostam do estilo de Burton e de filmes como "A noiva Cadáver" ou ainda "Sleepy Hollow" ou "Eduardo mãos de Tesoura", de certeza que vão aderir ao filme. Os outros, é muito provável que aproveitem cada fraqueza para resmungar e assassinar o filme mas também é muito provável que sucumbem a atmosfera negra e que se deixem levar por este musical pouco vulgar.

Stay Tuned.

Review: "Astérix & Obélix nos jogos Ólimpicos" 4*/10


A história de Astérix no cinema pode-se resumir da seguinte forma: 2 filmes maus + 1 excelente comédia. O primeiro, é um filme demasiado simples e popular que não arrisca e não ultrapassa o estado de aceitável. O segundo, transforma por completo o primeiro, aproveitando todos os actores cómicos da altura e sobretudo realiza a proeza de rejuvenescer o mito criado pela banda desenhada. Este terceiro, estraga tudo o que o segundo conseguiu de bom, limitando-se a encher o ecrã de actores conhecidos e lendas do desporto. No final, ainda consegue imitar o segundo abusando de referências e fazendo apelo ao carismático Jamel Debbouze para conseguir arrancar um sorriso a audiência. Bem, isto aqui quase que parece a trilogia do padrinho ora vejamos. Padrinho 1= bom, Padrinho 2= melhor, Padrinho 3=Pior. Astérix 1= Mau, Astérix 2= melhor, Astérix 3= Pior (mas não tanto quanto o primeiro). Ok, esqueçam a comparação com o Padrinho, porque a única semelhança é que o 2 é o melhor...

Astérix e Obélix decidem ajudar Apaixonadix a conquistar os jogos Olimpicos de forma a poder casar com a bela (lá isso é verdade...) princesa da Grécia. Infelizmente para eles, Brutus, filho desastrado de Júlio César (Alain Delon) quer também conquistar a mão da princesa. E ele, não terá qualquer escrúpulos para chegar aos seus fins...

Sejamos honestos, este filme é um desperdício de dinheiro... Cerca de 80 milhões de Euros que esta produção de origem francesa custou. 80 milhões!! o que representa mais coisa menos coisa, 3 vezes o orçamento de "Cloverfield", mais 10 que o novo "Hellboy" e o primeiro X-Men, mais 30 do que "Sweeney Todd"... Como é possivel? Fácil, chamem todos os actores conhecidos que conheçam, e construam cenários de tamanho real que não servem para grande coisa... Mete dó saber que um dos filmes Europeus mais caros de sempre fosse este. O filme simplesmente tem um argumento que cabe num guardanapo de cafeteria, é tão espectacular quanto um episódio de "Rex, o cão policia" e consegue transformar actores de renome e com muito talento (o caso de Benoit Poelvoorde no papel de Brutus é triste, muito triste...) em simples marionetas deixadas por conta própria. O filme raramente tem piada (admito que ainda sorri 2 ou 3 vezes, mas isso é porque percebi as referências à cultura francesa) mas percebo perfeitamente porquê que o público internacional não se vá divertir muito. Os realizadores (sim, foram preciso dois para levar este projecto ao fundo do mar) não sabem tirar partido do casting enorme de estrelas, transformando este filme numa vitrine de exibição. Enfim, nem a corrida consegue empolgar apesar de ter a participação do Schumacher e uma ou outra ideia divertida. Alain Delon que regressa ao cinema, limita-se a dizer coisas sem jeito e nota-se perfeitamente que está com o Ego descomunalmente grande (até nos créditos/genérico o seu nome vem escrito, sublinhado e emoldurado).

Conclusão, o filme só vale nos seus últimos 5 minutos (com a presença de Jamel, Zidane, Tony Parker...) e por uma ou outra piada que somente quem fala francês vais entender plenamente. Não é tão aborrecido quanto o primeiro, mas está há anos luz do segundo. Já agora, a frase que um dos realizadores usou para promover o filme foi a seguinte: É o filme francês mais caro de sempre, por isso têm de ir ver. Isto explica o porquê de tamanho fracasso...

Stay Tuned.

Inquérito 3: "The Fountain" & "Amélie" win

Peço desculpa por não postar nada há mais de uma semana, mas digamos que tenho estado ocupado ou fora de casa... Enfim, mais uma vez os votos diminuiram (desta vez foram uns míseros 6 votos...ai,ai...lol) e as bandas sonoras que ganharam por 2 votos foram "The Fountain" (Clint Mansell) e "Le fabuleux destin de Amélie Poulain" (Yann Tiersen). Os outros dois votos foram para "The Hours" (Philip Glass) e "The lord of the Rings: Trilogy" (Howard Shore). Relativamente aos vencedores, todos sabem que sou um enorme fã da partitura de Clint Mansell, que é sem dúvida alguma uma obra prima. O caso Amélie é mais ambiguo, já que gosto mas estou um pouco farto de todo o mediatismo que houve em volta desta banda sonora. As músicas são boas e muito contribuiram para o sucesso do filme, mas acho que Yann Tiersen fez melhor com a banda sonora do filme Alemão "Goodbye Lenine" , que infelizmente não teve tanta publicidade como merecia.

Quanto ao segundo lugar do podium, não sou um adepto de Philip Glass, parece que o senhor faz sempre a mesma coisa (bem, a música também é minimalista) mas neste caso ainda me lembro de certas notas e de como estava muito bem no filme. A trilogia do Senhor dos Anéis também teve direito a uma banda sonora épica e de grande qualidade. Howard Shore soube tirar partido da música folclórica e das origens celtas de certos sons e criou uma das partituras mais célebres dos últimos anos. Infelizmente, a excelentissima banda sonora da obra prima que é "Edward Scissorhands" não teve direito a nenhum voto. Eu sei que o filme já data de 1991 e que na altura não existia um grande consumo de música de filmes, mas Danny Elfman agarra-se ao imaginário de Burton e transforma a música num verdadeiro conto de fadas (mesmo que sombrio) fazendo dela pura magia. Uma belissima obra musical que é imprescendivel tal como a banda sonora de "The Fountain".

Stay Tuned.

Review+Recomendado: "Cloverfield" 8*/10


Finalmente chegou a Portugal o que se anunciava como um dos filmes mais mediáticos dos últimos meses. Após trailers, teasers e "quests" pela internet fora, "Cloverfield" seguia as pisadas do velhinho "Blair Witch Project" no que tocava à publicidade. Ontem, os meus olhos puderam finalmente ver o que acabou por ser uma excelente experiência de cinema de entretenimento...

Rob Hawkins vai para o Japão, foi promovido a vice-presidente de uma empresa. O dia antes de partir, o seu irmão e uns amigos decidem organizar uma festa surpresa e aproveitam para usar a camera de Rob para filmar tudo (o que também os leva a apagar uma cassete com videos de Rob e Beth, a sua eterna amiga que por instantes ficou colorida). A meio da festa, e após Rob discutir com Beth (que acaba por se ir embora), a cidade de Nova-Yorque treme. Todos pensam que se trata de um terramoto, mas após observarem explosões desde o telhado do prédio e terem um encontro imediato de terceiro grau com a cabeça da estátua da Liberdade, todos começam a temer o pior já que não sabem o que se abateu dobre a cidade...

25 milhões de Dollars, é o orçamento deste filme que tem tudo de um blockbuster... Para comparação, o X-Men 1 custou 75 e mais recentemente o "I am legend" cerca de 150 milhões. Eu pergunto, será que "Cloverfield" é um outsider, um filme que consegue cumprir com o calendário dos blockbusters e custar cerca de 1/4 do orçamento médio? Eu só digo que estou mais do que surpreendido com a qualidade do filme e com a sua imagem relativamente ao público. Realizado por Matt Reeves (que tem na sua filmografia uma dezena de episódios para séries assim como uma longa metragem), o filme é todo filmado camera à mão podendo provocar mau estar em ceros espectadores. Sendo assim, é complicado falar de uma boa planificação ou realização, o certo é que cumpre os seus objectivos e que somos surpreendidos regularmente com invasões de militares ou ainda com grandes momentos de destruição (a cena da ponte é um dos momentos altos). Relativamente ao cast, são quase todos desconhecidos ou com aparições em pequenos papeis. Essa não identificação dos actores permite uma maior identificação com as personagens, tornando o filme mais imersivo. A história é linear e de certo modo secundária. O que se procura é uma experiência de cinema algo diferente e com excelentes momentos de cinema. Sem dúvida alguma um óptimo momento de cinema para quem quer descontrair e ver algo de original e sobretudo bem feito.

Peço desculpa por não dizer realmente grande coisa, mas não quero andar por ai a estragar o filme.

Stay Tuned.

Review+Recomendado: "A History of Violence" 8*/10


Pessoas como eu que tinham na altura o famoso King Kard, ficaram decepcionadas com o facto dos cinemas de Alvalaxia não proporem o "History of Violence" as seus clientes (tal como não tivemos a oportunidade de ver o último filme do mesmo realizador "Eastern Promises" que estava noutras salas Lusomundo). Há dias, passei pela Fnac e vi que restavam umas cópias do "History..." a menos de 10€. Como tinha gostado moderamente do "Eastern..." (que paguei para ver no campo pequeno...Pfffff) e como alguns amigos me tinham dito que o "History..." era melhor, decidi arriscar e levar o filme. Ainda bem que assim o fiz...
A primeira coisa que se faz antes de ver um filme comprado em Portugal, não é ler a sinopse que vem na parte de trás do DVD. Eu não sei se os senhores da Prisvideo viram o filme, mas o Tom Stall NÂO TEM POR HABITO COMER NUM RESTAURANTE ONDE ACABA POR SALVAR OS CLIENTES mas sim É DONO DO RESTAURANTE ONDE SALVA OS CLIENTES. Ok, estou a ser mau, mas esta falta de profissionalismo relativamente aos DVD's irrita-me (bem, pelo menos neste a sinopse está compreensivel e não em Espanhol ou com erros de conteúdo que está descrito e que afinal não tem).

Tom Stall (Viggo Mortensen) vive com a mulher (Maria Bello) e os dois filhos numa pequena cidade rural dos E.U. Um dia, dois criminosos procurados pela policia decidem assaltar o seu estabelecimento, um pequeno diner. Tom tenta manter-se calmo, porque apesar de tudo ele é um cidadão respeitado e comum, mas quando os criminosos decidem passar para a violência, Tom reage acabando por eliminar os dois de uma forma profissional. Após isso, é visto como um herói por todos e a sua história acaba por fazer manchete em todos os meios de comunicação. Uns dias após o incidente, uns mafiosos fazem irrupção no seu diner porque acreditam que o Tom é afinal de contas o Joey Cusack, um assassino/mafioso de Filadélfia que outrora tentara matar o lider da mafia de local, Carl Fogarty (Ed Harris) mas sem o conseguir, deixando-o desfigurado e sobretudo sedente de vingança.

O filme começa logo com os dois criminosos a iniciarem a sua viagem que terminará no diner de Tom Stall, deixando atrás deles uns corpos eliminados de fresco. O filme não tem nada de montagem "moderna" repleta de fast-forward ou flashback, tudo tem o seu tempo e David Cronenberg vai instaurando a atmosfera de forma lenta mas cirúrgica. O setup mostra-nos o quotidiano da familia Stall, o filho mais velho é constantemente assediado na escola pelos "Bullys", a mulher é uma advogada e está perdidamente apaixonada pelo marido, Tom Stall, dono orgulhoso de um pequeno diner e homem sem problemas e perfeitamente inserido na comunidade. É a partir desta vida banal que a violência se instaura (primeiro na escola, depois no diner) mas sempre com poucos artificios. Aqui não há espaço para violência estilizada com slow motion e afins, quando se mata, mata-se friamente e de forma realista. Admito que estava a espera de ver baldes de sangue e sobretudo tiros constantes mas, felizmente para mim, tudo está muito contido e excelentemente executado. Claro, há tempo para ver uma ou outra cara desfeita, mas o importante não se centra nessa violência gráfica. A dualidade da personagem, o seu provavel passado, a sua vida ser ou não ser uma mentira... Tudo é tratado da melhor forma em 90 minutos. Lamento talvez o desfecho e o sub-aproveitamento da personagem de William Hurt (que ganhou uma nomeação para Óscar de melhor secundário por essa personagem...Não sei como, não creio que se justificasse, não por este estar mal mas sim pelo pouco tempo de antena e a pouca exploração da psicologia da própria personagem) e também o uso da música de Howard Shore que, sem ter reparado no genérico a sua presença, a meio do filme questionei a música que me fazia lembrar o senhor dos anéis (ainda por cima, com o Viggo Mortensen). Quando finalmente vi que era ele fiquei desiludido porque a música tem dificuldade em sustentar o filme, sendo demasiado...Bem, demasiado senhor dos anéis. De resto, a realização está muito boa. Sóbria e inteligente, é um dos pontos altos do filme e o que também ajuda a sustentar uns actores por vezes demasiados "Keannu Reeves" ou seja, inexpressivos e vazios. Cronenberg aproveita o cenário da melhor forma e, como mencionado anteriormente, não faz uso de qualquer artificio para embelezar o quadro. A cena de sexo, por exemplo, é um elemento de destaque já que é construída de forma cuidada sem nunca cair na simples exibição e fazendo todo o sentido para a história.

Conclusão, "A history of violence" é um bom filme. São 90 minutos de bom cinema, com uma história que, apesar de pouco inovador, é bem explorada e levanta questões sobre a violência no quotidiano e sobretudo nos E.U. E depois, pode levar-vos a ler a B.D da qual o filme foi adaptado. Eu pelo menos fiquei curioso. Para além disso, a edição em dvd é de qualidade, com extras muito interessante, nomeadamente a desconstrução das cenas pelo realizador com imagens de rodagem e comentários e tudo legendado em Português.

Stay Tuned.

Review+Recomendado: "Atonement" 7,5*/10


Não vi o "Pride and Prejudice" (2005) de mesmo realizador (Joe Wright) e com a mesma actriz (Keira Knightley), mas se o filme tem se assemelha a este, estou mais do que disposto a vê-lo. Geralmente, no que toca a estes filmes, sou muito picuinhas... Nunca fui grande amante de filmes de época, apesar deste se situar nos anos 40, e tão pouco sou um grande apreciador de filmes "So British" (enfim, muito literários...). Este, para além do apelo óbvio da bela Keira, ainda tinha o James McAvoy, actor Escocês que pude ver na série "Shameless" ou ainda "State of Play" e que, digamos desde já, é um actor a ter em consideração.

Nos anos 40, Cecilia Tallis (Keira Knightley é uma bela aristocrata inglesa que vive numa mansão juntamente com a irmã mais nova,Briony, a mãe e uns amigos da familia. Robbie Turner (James McAvoy) é o filho da governante que desde sempre vive com eles e que é também o jardineiro. Ela, não lhe ligava nenhuma até ambos estudarem na mesma faculdade (Robbie consegui uma bolsa e o apoio do pai de Cecilia para estudar medicina). Entre eles, existe uma tensão erótica palpável, mas a sua relação não passa de não ditos e de situações embaraçosas. Infelizmente, Briony é uma criança cheia de imaginação que escreve e que está "apaixonada" por Robbie. Um dia, vê o que lhe parece ser uma cena de sedução por parte de Robbie à irmã. Nesse mesmo dia, Robbie escreve uma carta a Cecilia que entrega a Briony para esta servir de carteiro. Infelizmente, Robbie tinha escrito várias versões da carta, das quais uma bastante erótica, que é a é a colocada no envelope. Quando se apercebe, é tarde de mais e Briony lê a carta antes de a entregar a Cecilia. Quando o irmão mais velho de ambas regressa a casa com um amigo e que, nessa noite, uma das amigas (menores) da familia é violada, Briony não hesita e acusa Robbie de ser o culpado. Infelizmente para ele, isto tinha sido a noite em que Cecilia lhe revelara que o amava...

Visto assim, é um drama. Uma história de amor impossivel entre um jardineiro e uma aristocrata. No fundo é isso, mas "Expiação" (titulo em PT) tem na manga uns interpretes ímpares. Keira Knightley está belissima na pele de Cecilia. Sem grandes artimanhas, ela ilumina o ecrã e sabe ser "British" mas ao mesmo tempo profundamente frágil e apaixonada. James McAvoy é sem dúvida um nome a reter, a sua personagem é engraçada, triste, apaixonada, ferida... O actor representa cada fase com sobriedade e talento. Relativamente a história, é óbvio que existem certos elementos que são destacados para puxar as lágrimas da audiência (hei, isto é um drama, ok! ) mas na globalidade o realizador mantém as coisas contidas o suficiente para não gritarmos ao escândalo. A realização também está de parabéns, o filme é bonito e bem filmado (nota máxima para um plano sequência de perto de 4min, fantástico) o que torna a narrativa clara e fluida. É claro que não evitamos certas coisas um pouco longas, mas a montagem dinâmica (uma das coisas que me surpreenderam, filme clássico mas montagem bastante moderna) permite manter-nos atentos e envolvidos. O filme não leva um 8/10 porque por vezes a emoção está ao rubro e algo falha (o que é uma pena) e porque existem 2 ou 3 aspectos que não me agradaram muito mas que não posso revelar devido aos "spoilers".

Conclusão, um filme para ver e sobretudo SEM INTERVALO (sim, no Alvaláxia, o intervalo entra à meio de uma cena bastante dramática e depois, foi um martírio voltar a evolver-me com o filme). Se puderem, veja-o acompanhado com a namorada porque elas gostam quando se fala de sentimentos e assim e depois também é sempre engraçado elas poderem chamar-nos "meninas" porque nos emocionamos ou assim. Sim, isto que acabo de dizer é um bom conselho sobretudo para aqueles que pensam que levar a namorada a ver o "Aliens Vs Predator 2" é altamente porque há monstros, sangue e coisas gelatinosas... Man, esquece isso... Eu cá para mim, não cá filmes de meninas ou assim, há somente um bom filme que merece uma olhadela atenta. Bem, há algum tempo que não via um filme acima da média...

Stay Tuned.

Inquérito 2: "Friends" Wins


Pois, é... 7 votos...Tantos... Enfim, "Friends" excelente sitcom Americana que durou 10 temporadas (1994-2004) ganhou por 3 votos contra 1-1-1 (O.C, Seinfeld, Six feet under). Para quem não viu esta série, é favor de se actualizar porque senão está sujeito a perder o que foi sem dúvida alguma uma das coisas mais cómicas e viciante e ao mesmo tempo emocionante e fofa que eu vi... Quando vi o último episódio...Chorei...
Sempre me resta os dvd's e a música "Smelly cat"


Stay Tuned

Review: "Balls of Fury" 3*/10


A comédia começou alguns minutos antes de entrar na sala de cinema nomeadamente por causa da grande tradução em Português do titúlo (ou seja, "Não me toques nas bolas"). A sonhora no balcão dos bilhetes dirigiu-se a mim e o dialogo foi mais ou menos assim:


Senhora: - O que deseja?

Eu: - (esticando os dois Kard 4 u) não me toques nas bolas, por favor...

Senhora: - É só ou deseja mais alguma coisa?

Eu: É só obrigado...


Pronto, este inicio é capaz de ter tido mais piada do que o filme (não se riu? humm...Então nem sequer veja o filme...)


Randy Daytona um Americano de 12 anos e é o grande favorito a medalha de ouro de ping-pong dos jogos Olimpicos de 1987. Infelizmente para ele, é muito sensivel ao stress e quando vê o seu pai junto da triade chinesa (com quem fez apostas) desorienta-se e perde o jogo assinando a morte do pai e ridicularizando-se aos olhos do mundo inteiro. 19 anos depois, Randy não passa de um palhaço que faz truques de ping-pong em Las Vegas. Um dia, um agente do FBI oferece-lhe uma missão: voltar a jogar ping-pong de forma a conseguir ser convidado para o derradeiro torneio organizado por Fang, o homem que assassinou o seu pai e que é procurado pela justiça.


Dito assim, o filme parece ter uma premissa um pouco desenvolvida de mais para uma suposta comédia Americana igual a tanas outras...Mas realmente não tem... A história da morte do pai (interpretado pelo T1000, Robert Patrick) para além de não servir para nada é extremamente curta e despachada. Depois, o filme ten uma falta de ritmo tremenda. Durante muito tempo não se passa nada, os próprios actores não têm nada para dizer de relevante ou com alguma piada. Dan Fogler (visto recentemente em "Good Luck Chuck") até que não é mau a fazer de imbecil mas chega a aborrecer. Do lado dos maus, Christopher Walken é o todo poderoso e a sua personagem até chega a ser uma das mais divertidas do filme. No que toca às piadas, o filme tem uma grande dificuldade em provocar o riso na audiência. Geralmente não passa de de slapstick básico e sem qualquer ritmo. O filme salva-se na sua última parte com uma piada ou outra e sobretudo graças a um bando de prostitutos um pouco para o muito gay.


Conclusão, "Balls of Fury" não convence nem mesmo com a presença da bela Maggie Q que ainda por cima não está no seu melhor (basta ver M:I 3 ou Die Hard 4 para se aperceber da sua beleza oriental). Se calhar será melhor passar ao lado do filme e, por que não, aproveitar o dinheiro para ver o "Charlie Wilson's war", por exemplo.


Stay Tuned.

Review: Cassandra's Dream 6*/10


Devo de admitir que não sou um fiel seguidor do senhor Woody Allen alias, somente vi 3 ou 4 filmes dele. Dos recentes, somente o "Scoop" e este "Cassandra's Dream" que posso desde já adiantar que é melhor do que o anterior.

Em Londres, Terry (Colin Farrell) e Ian (Ewab Mcgregor) são dois irmãos um pouco losers que tentam criar uma vida só deles. Um dia, compram um barco na esperança que será como que encaminhar as suas vidas para a frente. Infelizmente, Terry tem certos vicios que inicialmente são vantajosos (ganha ao poker, as apostas...) mas que acabam por correr muito mal já que perde uma uma quantidade de dinheiro astronómica. Do seu lado, Ian quer investir em hotéis para finalmente se livrar do restaurante do pai. Um dia, conhece uma bela actriz e sente que a sorte finalmente lhe sorriu. Mas com Terry a arrastá-lo para os seus problemas, tudo começa a correr mal. A única hipótese que lhes resta é pedir dinheiro ao tio Howard (Tom Wilkinson), que vai estar por Londres uns dias. Quando o tio aceita "salvá-los", pede em troca um favor: matar um homem que o pode levar a falência e à prisão perpétua...

Eu que não estou familiarizado com a obra de Woody Allen, fiquei um pouco surpreendido com esta história bastante negra. A quem me diga que no fundo o filme é muito "Woody Allen", e é capaz de ser verdade, porque os diálogos tem um "je ne sais quoi" muito particular. Mas o que importa aqui é a relação entre os dois irmãos e digamos que está tudo muito bom. Colin Farrell e Ewan Mcgregor tem uma excelente química entre eles, mas dos dois destaca-se o Colin que tem uma personagem mais complexa e emocional. Tom Wilkinson, apesar de uma curta aparição, está bem fazendo-me lembrar a sua participação no "Batman Begins" com o seu lado mafioso gentleman. Relativamente a história, tudo está demasiado desequilibrado. Ficamos com a sensação que Woody Allen explorou as secções menos interessantes e que perde tempo com cenas desnecessárias. O final também é despachado o que é uma pena.

Para concluir, "Cassandra's Dream" é sobretudo um filme que vale pela excelente dupla de actores e pelas interpretações em geral. Lamenta-se um argumento demasiado pouco explorardo (ou mal explorardo) e lamenta-se o uso da música de Philip Glass (que não tem relevo neste filme). Um bom filme à primeira visão mas que infelizmente deve perder intensidade com as visões sucessivas.

Stay Tuned.

Review: Charlie Wilson's War 6*/10


Não fazia parte das minhas prioridades ir ver a última obra de Tom Hanks. Não é que não goste do senhor, longe disso, mas o filme parecia-me mais 1h40 de "blá-blá" e pouco "txa!-txa!". Felizmente, o filme é uma agradável surpresa com bons desempenhos do cast e uma mensagem suficientemente embrulhada e discretamente entregue à nós, audiência.

Mas do que trata esse filme? Bem, Tom Hanks é Charles Wilson, congressista Texano que adora mulheres, beber e, porque não, umas linhas de pózinho branco para manter alegrar a festa. Todos o adoram, e quase todos os outros membros politicos lhe devem favores. Um dia, é contactado por Joanne Herring (Julia Roberts), ex-miss Texas com demasiado dinheiro e tempo nas mãos. Ela pretende que Charlie concentre os seus esforços no Afeganistão que está a viver uma guerra intensa contra os comunistas. Como isto se passa nos anos 80, derrotar os comunistas era prioridade para os Estados Unidos e porque não ter outras pessoas a fazê-lo por eles? Charlie lança-se então numa recolha de fundos e, com a ajuda de Gus Avrakotos (Philip Seymour-Hoffman, genial) membro da CIA e um Ser um pouco exêntrico, procura fornecer aos Afegãs armas potentes capazes de derrotar os helicópteros Russos.

Realizado por Mike Nichols (closer), o filme tem diálogos de qualidade, interpretações credíveis e deixa o espectador divertido e consciente da realidade da época e de como isso afectou o futuro dos E.U e do mundo. O filme não é de todo pro-Americano, mas antes uma critica que somente liga os problemas de segurança modernos dos E.U aos Americanos, aos seus ideais politicos e aos seus erros passados. O filme não tem uma realização particularmente brilhante, mas Mike Nichols é um óptimo director de actores e isso vê-se no ecrã. Arrisquem a ida ao cinema e quem sabe se não saem de lá satisfeitos. Ah! o filme tem mulheres bonitas que se farta, sobretudo no gabinete de Charlie...Mas isso é só para quem ainda estava com dúvidas em relação à ida ao cinema ;) .

Stay Tuned.