Review: "Halloween" 4*/10


Um novo remake de um clássico do terror mas, desta vez, por alguém que já demonstrou capacidades no sórdido e na representação da violência: Rob Zombie.


Illinois, Estados-Unidos. A familia Myers é um tanto ou quanto disfuncional. A mãe é stripper, a irmã é uma bitch, o padrasto tem um lado pseudo-pedófilo e o irmão, Michael, é a risada de todos e um incompreendido pela sociedade. Um dia, Michael mata um colega. Nessa mesma noite, Michael mata a familia, a excepção da mãe e da irmã bébé. Michael vai para o manicómio. 17 anos depois, Michael escapa e volta a matar como se não houvesse amanhã enquanto procura pelo único membro da familia por quem nunca teve ódio: a irmã mais pequena.

Neste tipo de filmes, a lógica é sempre a mesma. Um assassino, pessoas que não conseguem fugir e muito grito e algum sangue. Neste aqui a formula não muda, apesar de se notar que atrás da câmera não está um novato vindo do clip, mas sim alguém com uma paixão pelas familias quebradas e sobretudo por peitos jovens e violência. O problema do filme está sobretudo na estrutura, demasiado longo para nos aborrecer ao inicio e depois, demasiado despachado para provocar realmente medo. O problema deste "Halloween" ou do original está sobretudo no seu argumento mas o original mantém uma vantagem sobretudo devido ao ano em que foi realizado: 1978. Nos anos 70, um filme como este espalhava realmente o medo já que a relação das pessoas com a violência era muito menos acentuado do que hoje em dia. Daí derivar o problema do remake que não faz uso de muita inteligência para aterrorizar o espectador. Na maioria das cenas, não existe uma tensão palpável muito por causa de uma realização ou demasiada contida ou simplesmente muito pouco inspirada. Rob Zombie limita-se a alinhar as cenas de morte sem terem realmente qualquer valor dramático. O filme salva-se na sua parte final em que o Michael Myers que todos conhecemos invade o pequeno bairro e impõe um certo respeito. Admito que gosto muito da mascara e que por vezes lamento que não se soube captar a essência demoníaca que a personagem transpira. Lamento também que as vitimas se arrastem pelo chão a gritarem (uma constante) e o miúdo que representa Myers em criança se pareça com um dos irmãos "Hanson" (temi durante uns minutos que ele começasse a cantar "Humm-bapppp-dap-ba-doo-bap". Felizmente, não aconteceu).

Conclusão: Esta re-leitura do clássico de Carpenter por Rob Zombie poderia ter dado algo de bem mais terrifico caso o realizador não decidisse atenuar a violência. sendo assim, o filme não provoca medo, e todo o sangue derramado é em vão. Se gosta de "maminhas" talvez o filme se torne uma opção mas mesmo assim, não conte muito com isso. O filme cheira a Rob Zombie e até tem a mulher e tudo, mas acaba por ser uma encomenda demasiada gentil que não sabe aproveitar a magnitude do vilão.

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