Review: "U2 3D" 7*/10


Os filmes em 3D (nova tecnologia real 3D com óculos polarizados) disponíveis nos cinemas Alvaláxia (da Lusomundo...ou quase) eram na sua grande maioria filmes de animação 3D que conseguiam um resultado satisfatório. Sempre pensei que passá-lo para "live action" não seria muito viável, sobretudo ao nivel da paleta de cores. Este concerto de hora e meia fez-me mudar de opinião...

Filmado na Argentina e fazendo parte do "Vertigo Tour", o concerto é uma espécie de Best of da banda. Não sendo um fã particular, foi fácil perceber que a banda decidiu manter-se na "radio playlist" já que reconheci tudo a excepção de dois temas. A banda transmite uma boa energia em palco, a realização está bem conseguida e o Bono não abusa dos movimentos demasiados "3D". Sim, porque o que interessa é a adição do 3D no que seria um concerto mediano. Ver com os óculos acrescenta um novo aspecto a interactividade. O público está mesmo a frente de nós e por vezes temos a sensação que Bono está a cantar para o público que está sentado na sala de cinema. Ao longo do concerto, êxitos como "One", "Pride" ou ainda "Vertigo" farão as delicias do público. Ao contrário do que estava a espera, não fiquei com dores de cabeça (coisa que me aconteceu no "Meet the Robinsons" e também um pouco em "Beowulf") e o resultado é deveras interessante. As cameras usadas são substancialmente parecidas com as que James Cameron está a usar no seu aguardado regresso chamado "Avatar", apesar de haver confirmações que a tecnologia estará ligeiramente mais adiantada com a estreia desse filme.

Se gostam de U2 e não têm por casa o dvd "Vertigo Live from Chicago", isto é uma ida obrigatória ao cinema. Os outros, não perdem nada já que as músicas escolhidas são perfeitas para o fã ocasional e que a 3D está realmente bem conseguida.

Stay Tuned.

Review: "Rec." 5*/10


Vencedor de melhor filme no Fantasporto 2008, "Rec" apresentava-se como sendo um novo marco no cinema de terror. Infelizmente, as coisas não são bem assim...

Barcelona. Uma equipa de jornalismo passa a noite com os bombeiros locais de forma a captar o seu quotidiano. Soa o alerta, todos se deslocam para o que parece ser simplesmente um caso de idoso abandonado a si próprio num apartamento. Uma vez no local, deparam-se com os inquilinos todos no hall de entrada. Arrombam a porta da idosa e descobrem-na coberta em sangue. Ela atira-se para um dos dois policias também presentes e acaba por mordê-lo. Após incapacitar a idosa, todos tentam sair do prédio de forma a socorrer o agente ferido. Infelizmente para eles, o prédio foi entretanto posto de quarentena pois acredita-se que ele está infectado com um vírus desconhecido...

Filmado camera à mão, "Rec" tenta envolver o espectador no horror vivido naquele prédio. Existem vários problemas para isso. Primeiro a jornalista que , apesar de ser muito gira, é irritante após os primeiros 15 minutos de filme. Segundo, algumas reacções mais "anormais" por parte dos afectados são completamente teatrais e mal executadas. Depois, a realização não aproveita o espaço restrito da melhor forma. Tudo bem que tem de dar a sensação que tudo é filmo "live", mas por vezes esse efeito desaparece quando tudo o que assusta parece demasiado controlado. Admito que não me assustei realmente, também porque estimo que não houvesse razões para tal. A grande surpresa vem no último quarto de hora de filme quando a nossa equipa de jornalistas faz uma descoberta macabra no apartamento abandonado. Só posso adiantar que nós, Portugueses, temos alguma culpa daquilo que se passa naquele prédio. Nessa parte, cheguei a ficar um pouco tenso e admito que não fiquei indiferente ao que eles lá encontraram. Isso tudo só faz com que lamente mais o facto do filme não ser assim todo "Creepy"

"Rec" é um bom filme para levar as almas mais sensiveis ao cinema. Se já viu muitos filmes de terror, não será com este que ficará convencido apesar de, a última parte, ser um excelente momento que de certeza ficará gravado alguns dias na vossa memória.

Stay tuned.

Review: "Sleuth" (Autópsia de um crime) 6*/10


As críticas não foram muito generosas que o último filme de Kenneth Branagh. Este remake de um filme de 1972 com o mesmo Michael Caine (que interpretava a personagem que Jude Law interpretada nesta nova versão) tem, apesar de tudo, certas qualidades.

Um dia, Milo Tindle (Jude Law), dirige-se a casa do excêntrico escritor Andrew Wyke (Michael Caine) para este conceder o divórcio à sua mulher, que agora tem um caso com Milo. Andrew não está muito convencido mas parece querer ceder à proposta caso Milo o ajude a cometer uma fraude contra o seguro da casa...

Creio que seja o máximo que se possa resumir do filme, já que existem algumas reviravoltas e que as aparências não são o que parecem. O filme passa-se quase exclusivamente na casa de Wyke, uma mansão "high-Tec" que dá uma ar futurista ao filme. O núcleo do filme não é o argumento mas sim, as duas personagens. Michael Caine é como sempre um gentleman. É dificil apontar algo a sua personagem que tanto pode ser snob, como amigável, fria e vingativa. Ele já não tem nada a provar a ninguém, é um "dinossauro" do cinema contemporâneo. A surpresa vem de Jude Law que convence numa interpretação recheada de pormenores interessantes, criando uma personagem psicologicamente instável e puramente excitante. Do confronto entre estes dois actores, nasce uma realização demasiado pouco "livre". Devido ao espaço restringido, a acção está quase constantemente em redor dos actores. Por vezes, há planos estranhos e longos que não têm qualquer significado aparente (o inicio do filme foca-se em demasia no sistema de segurança de Wyke, e acaba por tornar-se completamente desnecessário e inutilizado na trama principal). Com a realização pouco inventiva e sem real inspiração, o filme perde pontos e obriga-nos a saciar a nossa curiosidade simplesmente com as personagens e uma fotografia do melhor efeito.

"Sleuth" é uma boa opção par todos os que gostam de boas interpretações ao invés de bons efeitos. É um filme muito teatral que tira partido da sua curta duração e das sólidas personagens. Jude Law confirma ser um bom actor e Michael Caine está fiel a ele próprio ou seja, excelente.

Review: "The Bucket List" 5*/10


Eu sei que tinha prometido actualizar o blog com mais frequência... Infelizmente, como já mencionei noutro post, há certas coisas que ocupam muito o meu tempo e por vezes é dificil estar sempre "up-to-date". Brevemente, vou iniciar uma vida nova, com novos objectivos e outras actividades. É dificil para mim afastar-me um pouco daquilo que foi a minha (divertida) vida nos últimos 3 anos. Mas enfim, o ritmo é diferente e prometo que vou tentar dedicar um tempo ao blog todos os dias.


Carter Chambers (Morgan Freeman) é um mecânico dono de uma invulgar cultura mas infelizmente também tem cancro. Um dia, enquanto está no hospital a fazer um tratamento experimental, ganha como vizinho de cama um excêntrico homem rico e ainda por cima dono do hospital. Esse homem, Edward Cole (Jack Nicholson), não suporta estar doente e é visivelmente demasiado orgulhoso. Inicialmente, a relação entre os dois homens é dificil mas, a medida que Carter apoia Edward, ambos vão tornando-se amigos. Um dia, os resultados clínicos chegam e são ambos informados que estão em fase terminal, restando-lhes poucos meses para viver. Sobre uma ideia de Carter, ambos lançam-se para a aventura decidindo realizarem os seus sonhos utilizando para tal uma lista previamente escrita pelos dois...

Do realizador de "When Harry met Sally", este filme tinha na sua equipa técnica e artística elementos de sobra para fazer um bom drama. Infelizmente, o filme é demasiado chocho e limita-se sobretudo a um "Jack & Morgan Show". Sim, o argumento é limitado mas a dupla de actores está num bom nível, apesar de sabermos perfeitamente que ambos os actores limitam-se a interpretar e não "viver" a personagem. Eles fazem-no de olhos fechados e por vezes o filme fica-se pelo mediano quando poderia existir realmente algo de profundamente dramático. A vantagem, é que a realização também não pretende levar a audiência às lágrimas todos os 5 minutos e sabe dar liberdade a os actores que conseguem criar lanços entre as suas personagens.

"The bucket list" é um "budy movie" da terceira idade. Lento e por vezes demasiado extenso (um cúmulo para 100 minutos), o filme raramente atinge a perfeição dramática. Resta-nos uma dupla de actores que nada têm a provar e que habilmente nos levam a simpatizar com as suas personagens. Estávamos com o direito de esperar algo de mais consistente, ficamos meio-desiludidos mas não ficamos com um mau filme de todo.

Stay tuned.

Review: "Horton hears a Who" 5*/10


Novo filme de animação vindo dos estúdios Blue Sky (responsáveis por Ice Age), "Horton" era um filme que tinha alguns trunfos em seu favor (nomeadamente nas vozes de Jim Carrey e Steve Carell). Infelizmente, a versão que vi era dobrada em Português. Então, o que resta do filme sem o casting de estrelas?

Horton (VO Jim Carrey), um elefante pacato e um pouco excêntrico que vive na selva e adora ensinar coisas novas aos jovens animais lá do sitio. Um dia, passa por ele um grão de poeira que grita. Horton faz tudo para o recuperar porque acredita que, naquele grão, vivem uns seres. A Kanguru lá do sitio acha que Horton está doido e que é um mau exemplo para a juventude local. Por isso, decide recuperar o grão a todo o custo e destruí-lo. Entretanto, Horton confirma as suas suspeitas: vivem lá seres (os Quem) e o seu presidente (Steve Carell) acaba por comunicar com ele e pedir-lhe que coloque a sua cidade num local seguro...

Em Português, o filme perde um pouco do seu encanto e fica simplesmente na média sem nunca se destacar. Neste caso, não existe realmente um personagem realmente engraçado (como o Scrat na "Idade do Gelo" ou ainda o esquilo do "Pular a cerca", por exemplo). A história é demasiado moralizadora e a cada 5 minutos somos obrigados a levar com a mensagem de chapa. Tecnicamente o filme é interessante mas devido à pouca profundidade dramática não salva o filme. Acredito que, com as vozes de Carell e Carrey o filme ganhe um pouco mais, mas mesmo assim, é demasiado direccionado para as crianças (sobretudo em Português).

Conclusão, "Horton" poderia ter sido mais simpático caso não fosse tão "tótó" e moralista. Sendo assim, é um filme aconselhado aos mais pequenos que ficarão entretidos com as aventuras do paquiderme.

Stay tuned.

Review+Filme mau: "Vantage Point" 3*10


Um filme que parece à primeira vista bastante entertaining mas que se revela ser um mau episódio da série "24"...

O presidente dos Estados-Unidos (William Hurt) desloca-se até Salamanca para assinar um acordo contra o terrorismo global. Quando é apresentado ao público, é baleado. Nesse momento, o seu chefe de segurança, Thomas Barnes (Dennis Quaid), repara num pormenor que o pode levar até ao assassino. Ele e o seu colega (Matthew Fox) partem para a investigação mas uma bomba explode na praça e tudo se torna num caos. Os suspeitos escapam, e inicia-se então uma caça ao homem. Mas nem tudo parece ser o que é...

O grande argumento de "Ponto de mira" era supostamente os 7 pontos de vista diferentes sobre o mesmo acontecimento (o ataque ao presidente). Infelizmente, esse argumento não serve para nada. A história não tem consistência, é tão básica e linear que não há nada de verdadeiramente interessante em mostrar o quê que os vários "protagonistas" viram. Certo, cada personagem acrescenta uma história paralela ao plot principal, mas mesmo assim não é nada de relevante ou digno de interesse. A realização é muito televisiva e pouco inspirada. A grande cena de perseguição é desperdiçada e mal coreografada (vê-se a metros de distância o espaço reservado para o carro protagonista). Os actores estão todos bastante ridiculos (sobretudo devido a diálogos que misturam o Espanhol com o Inglês de uma forma estranha (o Americano fala em Inglês, respondem-lhe em Inglês e de seguida o Americano fala em Espanhol e respondem em Espanhol...). De resto, tecnicamente, não supera uma série mediana (episódios de "24" são bem mais emocionantes) e o rewind (que antecede um novo ponto de vista) é enfadonho.

Conclusão, "Vantage Point" é um filme que se perde com o seu conceito e não tem mais nada para oferecer. Não é um bom divertimento e acaba sempre por ser mais ridiculo do que empolgante. A evitar.

Stay tuned.

Review: "The Spiderwick Chronicles" 6*/10


Desde o "Senhor dos Anéis" que somos bombardeados todos os anos com adaptações literárias de fantasia. Entre "As crónicas de Narnia" e outros "Segredo de Terabitia", são várias as adaptações que vão aparecendo nas nossas telas. Admito que não vi a "Bússola dourada" mas, estas "Crónicas de Spiderwick", é provavelmente um filme mais interessante e sobretudo menos hollywoodesco.

A familia Grace acaba de chegar de Nova-Iorque para se instalar na casa de um tio. A casa fica no campo onde a vida é pouco movimentada. Jared (Freddie Highmore) é um jovem um pouco rebelde que não consegue ultrapassar o divórcio da mãe e culpa-a de tudo. A sua irmã e o seu irmão gémeo (também interpretado por Highmore) são mais pacíficos com a situação. Na noite em que chegam, Freddie é atraído por barulhos estranhos em casa e acaba por descobrir um elevador secreto que leva ao escritório do tio, Arthur Spiderwick. No escritório, encontra um livro com uma proibição para ninguém o ler. Curioso por natureza, Jared lê o livro e desperta umas criaturas que têm vivido no meio de nós desde sempre. Essas criaturas são nos invisíveis a não ser que se possui uma lente especial ou que elas desejam serem vistas. Entretanto, Jared descobre que o livro é cobiçado por um ogre que pretende dominar o mundo de fantasia. Como sempre, ninguém acredita em Jared...

Com o trailer, é dificil atrair uma audiência mais adulta ao cinema. Por um lado, soa tudo a "déjà-vu" e por outro, parece demasiado orientado para as crianças. Não vou negar que o filme seja um pouco infantil, mas também é certo que tem alguns trunfos na manga para entreter qualquer um de nós. Primeiro, é bastante fluido, a história (apesar de profundamente cliché) é nos contada sem demasiados tempos mortos. Depois, Freddie Highmore é eficaz no seu duplo papel (a excepção do sotaque...). Para terminar, as criaturas são bastantes interessantes nomeadamente graças a uns efeitos especiais de qualidade. Se quisermos resumir, seria uma pena não dar uma vista de olhos ao filme simplesmente porque parece demasiado infantil. Acreditem em mim, é hora e meia de boa diversão.

Stay tuned.

Review: "I'm not there" 5*/10


Vou tentar condensar as próximas 5 reviews só para actualizar...Como já mencionei, há muito que não venho cá escrever...

Realizado por Todd haynes (Far from heaven), este pseudo-biopic sobre um Bob Dylan em constante metamorphose é antes de tudo uma obra destinada aos fãs do senhor. O filme é longo e por vezes aborrecido (mais uma vez, sobretudo para os não conhecedores da obra de Bob Dylan) mas mesmo assim é uma obra estranha, espécie de OVNI cinematográfico que tem o mérito de ser original na representação de uma entidade física. Actores conhecidos não faltam, música de de Dylan também não. O segmento com o falecido Heath Ledger e Charlotte Gainsbourg é provavelmente o mais interessantes de todos. A interpretação de Cate Blanchett é irrepreensível. Michelle Williams é irreconhecível. E nós estamos já um pouco fartos daquilo. Falta "sumo", ou algo de dramaticamente mais intenso.

Se gosta da obra de Bob Dylan, o mais certo é apreciarem esta obra demasiada destinada a uma audiência especifica. Se não, é provável que se sintam um pouco à margem desta obra invulgar mas sem no entanto ser desinteressante.

Stay Tuned.

Inquérito 7: "Leatherface" Wins


Há muito, muito tempo que não vinha postar aqui no blog. Admito que tenho estado ocupado e sobretudo ocupado a escrever um argumento (para avaliação) que me está a dar muitas dores de cabeça...Mas enfim, agora é tempo de anunciar o grande vencedor deste sétimo inquérito. Com um total de 7 votos (eu sei, eu sei...Continuo na média...) o grande vencedor foi o vilão do filme "Massacre no Texas" com 4 votos. Em segundo lugar, o armário chamado Michael Myers da saga "Halloween" com 2 votos. E no terceiro lugar, a boneca mais diabólica de sempre com o tenro nome de Chucky vista na saga "Child's play". Bom, agora votem mais no novo inquérito...Please...

Stay Tuned.