Review: "Astérix & Obélix nos jogos Ólimpicos" 4*/10


A história de Astérix no cinema pode-se resumir da seguinte forma: 2 filmes maus + 1 excelente comédia. O primeiro, é um filme demasiado simples e popular que não arrisca e não ultrapassa o estado de aceitável. O segundo, transforma por completo o primeiro, aproveitando todos os actores cómicos da altura e sobretudo realiza a proeza de rejuvenescer o mito criado pela banda desenhada. Este terceiro, estraga tudo o que o segundo conseguiu de bom, limitando-se a encher o ecrã de actores conhecidos e lendas do desporto. No final, ainda consegue imitar o segundo abusando de referências e fazendo apelo ao carismático Jamel Debbouze para conseguir arrancar um sorriso a audiência. Bem, isto aqui quase que parece a trilogia do padrinho ora vejamos. Padrinho 1= bom, Padrinho 2= melhor, Padrinho 3=Pior. Astérix 1= Mau, Astérix 2= melhor, Astérix 3= Pior (mas não tanto quanto o primeiro). Ok, esqueçam a comparação com o Padrinho, porque a única semelhança é que o 2 é o melhor...

Astérix e Obélix decidem ajudar Apaixonadix a conquistar os jogos Olimpicos de forma a poder casar com a bela (lá isso é verdade...) princesa da Grécia. Infelizmente para eles, Brutus, filho desastrado de Júlio César (Alain Delon) quer também conquistar a mão da princesa. E ele, não terá qualquer escrúpulos para chegar aos seus fins...

Sejamos honestos, este filme é um desperdício de dinheiro... Cerca de 80 milhões de Euros que esta produção de origem francesa custou. 80 milhões!! o que representa mais coisa menos coisa, 3 vezes o orçamento de "Cloverfield", mais 10 que o novo "Hellboy" e o primeiro X-Men, mais 30 do que "Sweeney Todd"... Como é possivel? Fácil, chamem todos os actores conhecidos que conheçam, e construam cenários de tamanho real que não servem para grande coisa... Mete dó saber que um dos filmes Europeus mais caros de sempre fosse este. O filme simplesmente tem um argumento que cabe num guardanapo de cafeteria, é tão espectacular quanto um episódio de "Rex, o cão policia" e consegue transformar actores de renome e com muito talento (o caso de Benoit Poelvoorde no papel de Brutus é triste, muito triste...) em simples marionetas deixadas por conta própria. O filme raramente tem piada (admito que ainda sorri 2 ou 3 vezes, mas isso é porque percebi as referências à cultura francesa) mas percebo perfeitamente porquê que o público internacional não se vá divertir muito. Os realizadores (sim, foram preciso dois para levar este projecto ao fundo do mar) não sabem tirar partido do casting enorme de estrelas, transformando este filme numa vitrine de exibição. Enfim, nem a corrida consegue empolgar apesar de ter a participação do Schumacher e uma ou outra ideia divertida. Alain Delon que regressa ao cinema, limita-se a dizer coisas sem jeito e nota-se perfeitamente que está com o Ego descomunalmente grande (até nos créditos/genérico o seu nome vem escrito, sublinhado e emoldurado).

Conclusão, o filme só vale nos seus últimos 5 minutos (com a presença de Jamel, Zidane, Tony Parker...) e por uma ou outra piada que somente quem fala francês vais entender plenamente. Não é tão aborrecido quanto o primeiro, mas está há anos luz do segundo. Já agora, a frase que um dos realizadores usou para promover o filme foi a seguinte: É o filme francês mais caro de sempre, por isso têm de ir ver. Isto explica o porquê de tamanho fracasso...

Stay Tuned.

0 Bilhete(s):